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10 curiosidades sobre o Jockey Club de São Paulo

Entidade completa 80 anos em 2021 | 17.06.21 - 07:40 10 curiosidades sobre o Jockey Club de São Paulo (Foto: Acervo Jockey Club/Facebook)
Carla Lacerda
 
São Paulo - Um local que sobrevive às transformações políticas, econômicas e socioculturais que o tempo impõe, inclemente, com o decorrer dos anos, com certeza, abriga histórias e experiências em seu alicerce que merecem ser contadas. Ao se tornar um octogenário, em janeiro de 2021, o Hipódromo Cidade Jardim, do Jockey Club de São Paulo, entra para o seleto rol daqueles que podem ostentar uma efeméride – no dicionário, um fato importante ou grato ocorrido em determinada data.
 
É por isso que, como forma de homenagear o espaço, que atualmente passa por uma ampla reforma, a coluna Puro-Sangue desta semana mostra um pouquinho daquilo que nem todos sabem, mas que, sob a luz do sol ou luar (a depender da preferência do nosso leitor), revela-se como curiosidade preciosa para quem ama e acompanha o mundo do turfe. 
 
1 - Tipologia

Na era moderna, as corridas de cavalo ganharam novo impulso a partir da Inglaterra, onde existe a pista de Chester, inaugurada em 1539, a mais antiga em atividade ainda hoje. Com esse hipódromo, consolida-se a tipologia atual, com três partes: pista de corridas, arquibancadas e vila hípica. 
 
2 - Coberto ou descoberto? 
 
Os primeiros hipódromos tinham arquibancadas descobertas, o que sujeitava a realização de eventos ao clima favorável. Os circos romanos passaram a usar uma cobertura de tecido, apoiada em grandes varas de madeira, o velarium, uma espécie de toldo. 
 
Já as primeiras arquibancadas com cobertura fixa tinham pilares de sustentação no bordo, o que prejudicava a visão de grupos de espectadores. Essa característica obrigava a uma opção entre a proteção climática e a facilidade de visão.
 
3 - O começo de tudo
 
A história do Jockey Club de São Paulo começa a se delinear quando o jovem empresário Rafael Aguiar Paes de Barros conclui seus estudos na Inglaterra, no final dos anos 1860. Em terras inglesas, Paes havia tomado contato com os ideais antiescravagistas e as corridas de cavalo. 
 

(Foto: Arquivo Jockey Club de São Paulo)
 
Além de retornar com o propósito de lutar pelo abolicionismo, ele começa, no bairro da Mooca, a convencer seus amigos sobre as emoções do turfe. 
 
Foi assim que, em 14 de março de 1875, Paes de Barros, Antônio da Silva Prado e outros 73 jovens da elite paulistana fundam o Club de Corridas Paulistano, na Rua Bresser, na Mooca. O capital investido, na época, foi de 9 contos e 90 mil réis.
 
A primeira prova, realizada apenas um ano depois, em 29 de outubro de 1876, contou com a participação de dois cavalos: Republicano e Macaco, este o azarão vencedor. 
 
4 – Na Mooca
 
A presença de um hipódromo nesta região contribuiu para o desenvolvimento do bairro. Graças ao aumento de interesse no turfe e de sua relevância como evento esportivo e social, uma linha de bonde Mooca-Centro foi implantada para atender ao transporte crescente de pessoas que buscavam assistir às corridas. 
 

Mapa dos arredores do Hipódromo da Mooca em 1913 (Divulgação: Site São Paulo Antiga)
 
O local foi palco, ainda, de outros acontecimentos. No dia 21 de abril de 1912, um aeroplano decolou, do prado da Mooca, com destino ao Rio de Janeiro, na primeira tentativa de fazer este percurso via aérea. Piloto da aeronave: comandante Edu Chaves.
 
5 – Mudança
 
O aumento da popularidade do turfe e da procura do público revelou a necessidade de buscar um espaço maior para as atividades que eram realizadas na Mooca. 
 
A ideia da mudança de endereço foi concebida pelo prefeito e então presidente do Jockey Club de São Paulo, Fábio Prado, que inicialmente imaginava instalar o prado onde hoje existe o Parque do Ibirapuera. 
 
A alteração de local só ocorreu porque a Companhia Cidade Jardim, visando a expansão imobiliária para o outro lado do Rio Pinheiros, doou o terreno de 600 mil metros quadrados. Em contrapartida, o Jockey Club doou o terreno da Mooca à municipalidade.
 
6 - Cidade Jardim e arquitetura
 
A inauguração do novo hipódromo se deu em 25 de janeiro de 1941, dia do aniversário da cidade de São Paulo, e reuniu cerca de 30 mil pessoas. 

A proposta inicial foi do arquiteto Elisário Bahiana, cujo objetivo era difundir a nova tecnologia construtiva do concreto armado, com a utilização de elementos formais do estilo Art Déco. 

O intuito: quebrar os excessos de ornamentos e transmitir a ideia de modernidade, representando uma construção inovadora para a época. O projeto incluía arquibancadas, vila olímpica e ambulatório veterinário.
 
 
7 – Primeira reforma
 
Entretanto, a estrutura atual é decorrente das alterações feitas, na década de 1950, pelo arquiteto francês Henri Sajous. Ele apresentou um projeto de remodelação dos principais prédios que integravam o conjunto, principalmente a arquibancada para os sócios. 

O profissional propôs a ampliação e a criação de novas edificações. As construções foram repaginadas com linhas mais clássicas. Sajous convidou o escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret, um dos expoentes da Semana de Arte Moderna de 1922, para ornar o hipódromo com seus altos relevos. Essas peças, feitas em mármore travertino, constituem um dos maiores acervos do artista.
 
 

8 – Patrimônio histórico
 
O Jockey Club de São Paulo é um patrimônio tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), em resolução de 19 de novembro de 2010, assim como pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).
 
A instituição tem, portanto, reconhecimento duplo: nas esferas estadual e municipal.
 
9 – Restauração
 
Desde 2020, o hipódromo Cidade Jardim passa por obras de restauro, conduzidas pela Organização Social (OS) goiana Elysium Sociedade Cultural, com recursos captados junto ao Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Especial da Cultura. Os investimentos, obtidos via Lei Rouanet, totalizam mais de R$ 10 milhões e subsidiam seis etapas para o término das intervenções. 
 

(Foto: Divulgação/Exposição Jockey Club Patrimônio Cultural da Cidade de São Paulo)
 
10 – Andamento da obra
 

Obras de restauro no JCSP  (Foto: Wolney Unes/Elysium Sociedade Cultural)

A primeira etapa, concluída no fim do ano passado e orçada em pouco mais de R$ 3 milhões, revitalizou o pórtico e o passadiço de acesso às arquibancadas sociais do Jockey Club. A próxima, que começa assim que o governo federal liberar os recursos referentes à segunda fase, incluirá o restauro do mobiliário e intervenções nos banheiros e salões.


 

 
 
 
 

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