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Pontos altos e baixos do turfe sob o olhar de um treinador

Thiago Nastas Haidar trabalha no JCSP | 28.04.22 - 14:26 Pontos altos e baixos do turfe sob o olhar de um treinador (Foto: Reprodução/Facebook)
Gabriel Neves 

São Paulo -
 Thiago Nastas Haidar ainda era uma criança quando começou a frequentar o Jockey Club de São Paulo (JCSP) para acompanhar as corridas de cavalo. Hoje médico veterinário e um dos treinadores do hipódromo de Cidade Jardim, ele narra ao jornal A Redação que algumas de suas principais memórias estão relacionadas ao mundo do turfe que, pelo menos desde 2005 – quando fez seu primeiro estágio no JCSP –, ocupa boa parte da rotina semanal do treinador. 
 
Foi só em 2015, porém, que Thiago teve sua matrícula profissional no Jockey. “Entrei com pedido de matrícula para treinador, e só depois que ela saiu [matrícula] é que os cavalos realmente começaram a correr com o meu nome”, conta. E foi a partir daí também que Thiago viu prêmios importantes do turfe creditados ao desempenho de seu trabalho como treinador, entre eles o Grande Prêmio São Paulo, principal prova de turfe realizada pelo JCSP.
 
Desempenho, inclusive, é uma palavra-chave para o treinador que não esconde, no entanto, o descontentamento com o reconhecimento do esporte no País, que passa, conforme pontua, por percalços há tempos. “É uma carreira brilhante [a do turfe], mas existe uma valorização que é muito maior fora do País. O reconhecimento, aqui no Brasil, é praticamente zero”, afirma. 
 

Thiago Haidar é veterinário e treinador de cavalos (Foto: Thiago Haidar)
 
Carreiras 
Com uma carreira consolidada no Brasil, Thiago afirma ter outros planos para o futuro, só que fora do País. “O tempo aqui é uma grande escola para todo mundo, mas sair também está nos meus planos. Tenho vontade de ir primeiro para alguns países aqui da América do Sul e depois ir seguindo para Estados Unidos e depois, talvez, para a Europa”, projeta.
 
O treinador, todavia, ressalta que o desafio de seguir carreira fora do Brasil é grande e deve ser pensado com bastante critério por quem idealiza isso. Segundo ele, a tarefa se torna mais fácil quando se é solteiro, como é o caso dele. Ele também pontua maior facilidade quando a pessoa interessada na transição de carreira possui patrocinadores e domínio da língua estrangeira do país para o qual deseja ir. 
 
“Para ser aceito em outros hipódromos do mundo é necessário, ainda, uma quantidade ‘x’ de cavalos. Fora isso, o treinador, como eu, que sair do Brasil também precisa de um proprietário por trás para ajudá-lo na carreira lá fora. Essa ajuda é fundamental para o sustento do profissional. Quando alguém faz essa transição sem essa ajuda é muito mais complicado”, analisa. 
 
O apelo que Thiago faz às novas gerações que querem desenvolver carreira aqui ou fora é seguir o caminho do estudo que, segundo ele, é passo imprescindível para se obter bons resultados na carreira do turfe.
 
Restauro
As novas gerações, segundo avaliação do treinador, são também uma das principais ausências, hoje, dentro do Jockey Club de São Paulo. Na visão de Thiago, ações como as obras de restauro, tocadas pela Elysium Sociedade Cultural, são fundamentais para ampliação de uma visão renovada da sociedade paulistana (e brasileira) para abertura de visão de jovens ao mundo do turfe, corridas de cavalos e até mesmo à natureza. “Acho que o restauro mostra para a cidade que o JCSP está vivo, funcionando. Isso mantém a imagem da história de pé, ou seja, o que o Jockey foi um dia. Acho uma iniciativa importante”, analisa. 
 
Thiago arremata com uma visão esperançosa sobre o Jockey e as novas oportunidades que o hipódromo confere ao futuro de jóqueis e entusiastas das corridas de cavalos. “São mais de 600 mil metros quadrados de área verde [no JCSP]. Há muita possibilidade do que fazer aqui”, arremata. 
 
 

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