Pedro Peralta
Goiânia - Argamassa, mármore e uma ideia. Com esses três elementos surgiram algumas das artes que compõem o complexo do Jockey Club de São Paulo (JCSP). Além da arquitetura no estilo art déco, legado do arquiteto Henri Sajous, o espaço conta com obras moldadas pelo escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret, que conferem sofisticação e qualidade.
Nascido na Itália, mas criado no Brasil, Brecheret foi um dos principais escultores no território nacional. Apesar de ter uma formação influenciada pela arte clássica greco-romana e renascentista, o artista ainda se dedicou à vanguarda modernista, deixando um legado de esculturas e obras espalhadas pelo País.
O JCSP tem o segundo maior acervo das obras de Brecheret. As esculturas estão em diversas áreas do complexo arquitetônico, tanto na área interna dos salões e restaurantes, quanto estampando a fachada de alguns prédios e outras estruturas.
Obras de Brecheret no JCSP (Foto: Divulgação JCSP)
Todas as artes, entre elas painéis, baixo relevo e esculturas, foram especialmente encomendadas para atender às necessidades do JCSP. O complexo paulistano foi inaugurado em 1941. Para isso, de acordo com registros, o artista começou sua produção em 1936, levando cinco anos para concluí-las.
De acordo com o engenheiro e diretor da Elysium Sociedade Cultural, Wolney Unes, as obras foram esculpidas basicamente de mármore travertino e também em argamassa, algumas revestidas de douramento. As temáticas abordadas mostram alguns elementos da fauna e da flora locais, mas também destacam a alegoria do cavalo.
Atualmente o JCSP está passando por um processo de restauro, realizado pela Organização Social Elysium Sociedade Cultural, tendo em vista todas as características originais do espaço.