Para adicionar atalho: no Google Chrome, toque no ícone de três pontos, no canto superior direito da tela, e clique em "Adicionar à tela inicial". Finalize clicando em adicionar.
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351
Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
(Foto: divulgação)Eu sempre achei Pinóquio um dos piores contos de fadas. Mesmo criança, a história do boneco que queria ser um menino de verdade nunca me interessou. Quando cresci, piorou: percebi se tratar de uma fábula moralista e reacionária que nem mesmo as demãos de tinta aplicadas pela Walt Disney conseguiram disfarçar.
Finalmente, isto mudou. Estreou na Netflix uma nova versão de Pinóquio, escrita e dirigida por Guillermo del Toro. E o mexicano responsável por A Forma da Água e O Labirinto do Fauno fez um milagre: o filme é facilmente um dos melhores do ano.
Para isso, del Toro torna a história inteiramente sua, tomando todas as liberdades artísticas e poéticas necessárias para atualizar o clássico sem perder a sua alma. O resultado é um filme emocionante, encantador e envolvente feito para audiências de todas as idades.
Além disso, o diretor consegue se livrar das amarras moralistas do clássico, mantendo sua tradição estabelecida em A Forma da Água e O Labirinto do Fauno de fazer um filme crítico ao autoritarismo. Sai de cena uma ideia exacerbada de obediência e disciplina e entra uma fábula sobre paternidade, aceitação e amor.
Como se tudo isso não fosse o bastante, o filme também é belíssimo. Del Toro optou por utilizar a técnica de animação em stop-motion, grandemente em desuso hoje em dia, para fazer um longa excepcionalmente belo. E, por fim, caso você opte por assistir em inglês, o filme ainda traz em seu elenco estrelas como Ewan McGregor, Tilda Swinton, Cate Blanchett, Christoph Waltz, entre muitos outros.