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Jajá Drinks é reduto democrático de gastronomia no Centro há 35 anos

Bar fica no Mercado Popular da 74 | 30.12.22 - 14:01
Jajá Drinks é reduto democrático de gastronomia no Centro há 35 anos Foto: Letícia Coqueiro/A Redação
Carolina Pessoni
 
Goiânia - Um lugar no Centro de Goiânia que reúne a alta administração da cidade e também os trabalhadores que a fazem funcionar. Esse é o Jajá Drinks, um dos bares localizados no Centro Cultural Mercado Popular da 74 Marília Dias Mendonça, o famoso Mercado Popular da 74.
 
Jair Onofre, mais conhecido como Jajá, é o proprietário do bar. Ele conta que o nome do estabelecimento veio da sugestão de um cliente. "O bar já tinha chamado 'Bar para Todos' e 'Escritório do Jajá'. Um cliente sugeriu o nome 'Jajá Drinks' e eu gostei da ideia."
 
Mas a história de Jajá no Mercado é bem anterior a isso, com início em 1971. "Comecei com uma lotérica ao lado do mercado, depois abri uma loja de discos e fitas aqui dentro. Em 1987 eu abri o bar e já se vão 35 anos do Jajá Drinks", comemora.
 
Entre as histórias vividas e vistas na porta de seu bar, Jajá conta de casamentos, despedidas de solteiro e festas de aniversário. "Um casal se conheceu aqui no Carnaval de 2014. Ficaram noivos, fizeram a despedida de solteiro aqui e nós que ficamos responsáveis pelo buffet da festa de casamento."

Jajá lembra também de uma outra cliente que também conheceu o marido no bar e transformou o lugar em parte da sua história. "Eles noivaram no bar, fizeram o chá de berço do filho e até um dos aniversários do pequeno foi aqui também", conta.
 

(Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
 
Mas nem só de alegrias é feita a trajetória do Jajá Drinks e dois fatos foram marcantes na história do bar: o acidente com o césio 137 e a pandemia da covid-19. "Na época do césio foi muito triste, porque tudo aconteceu aqui perto. Tudo fechou e ficamos muito assustados, porque ninguém sabia de nada, assim como essa pandemia, que deixou todo mundo sem saber o que fazer", rememora.
 
Mesmo com todas essas dificuldades, Jajá celebra a sua volta por cima. "Passamos esses perrengues danados, mas estamos aqui, firmes e fortes, proporcionando lazer e cultura para nossa população."
 
Um dos maiores orgulhos do empresário é a capacidade de seu estabelecimento agregar públicos diversos. "Nossa clientela é uma mistura de todas as classes. Temos famílias, jovens, casais... Todo mundo é bem-vindo e todos se dão muito bem no nosso espaço."
 
Entre as personalidades goianienses que frequentam (ou frequentaram) o bar, Jajá destaca dois prefeitos. "O Iris Rezende fazia suas caminhadas e chegava até aqui. Às vezes ligava para fazer os pedidos e eu entregava na casa dele. Ficamos muito amigos", lembra saudoso.
 
O atual prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, é cliente fiel e constante também. "Ele sempre liga, pede pra reservar uma mesa e vem com a esposa ou sua equipe. Temos uma parceria muito grande."
 
Assim como a clientela, o cardápio do bar é muito diversificado. Entre os pratos e petiscos, os mais pedidos, são o Explosão de Delícias - um combo de bolinho de bacalhau, filé de frango recheado com queijo, tilápia empanada e quibe recheado - e o Contrafilé com Queijo na Chapa.
 

(Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
 
Já entre as bebidas, a cerveja é o carro-chefe - e reza a lenda que é a mais gelada de Goiânia. Dois drinks, entretanto, fazem sucesso entre o público: No Rolê (com gin tônica, energético de coco com açaí e xarope) e Saudade do Meu Ex, uma homenagem à cantora Marília Mendonça.
 
"Fizemos esse drink para homenagear a Marília, que foi uma grande personalidade da nossa cidade, quando o mercado passou a levar o nome dela. O drink tem borda de sal como o cozumel, gelo, gin, energético rosa e rum. A pessoa vai bebendo e dá vontade de ligar para o ex mesmo", diz aos risos.
 
Para Jajá, o bar é praticamente a sua casa. "O Jajá Drinks é tudo pra mim. Eu fico mais tempo aqui do que em casa, chego às 6h30 e saio às 22 horas, depois de fechar tudo. Meus filhos foram criados aqui, me ajudaram, mas atuam em outras áreas."
 
Jajá, no entanto, não pensa em deixar seu bar. "Eu, não penso em sair, se eu parar de trabalhar vou ficar estressado. Enquanto eu tiver força e saúde vou estar aqui", diz.
 
Ele conta que gosta de "ficar no meio do povo", receber reclamações e elogios pra procurar melhorar o serviço. "Sento com os clientes, tomo cerveja com eles, criamos laços. Tudo o que eu tenho é tirado daqui, tenho que valorizar a clientela, que é meu patrimônio. Sem eles não sou nada."
 

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