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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

O Blog

Não estou nem aí para a Seleção Brasileira

Não sinto nada quando o Brasil está em campo | 11.09.12 - 11:14


Goiânia - A Seleção Brasileira de futebol jogou ontem e eu não assisti. Fiquei lendo na minha cama. A Seleção Brasileira jogou na última sexta-feira, no feriadão da Independência. Também não assisti. Peguei minha família e fui curtir o Vaca Amarela. A Seleção Brasileira jogará em Goiânia no próximo dia 19, no clássico de maior rivalidade da América do Sul contra a Argentina. Minha expectativa por esse jogo é a mesma da que pela final do campeonato neozelandês de rugby. É impressionante como o escrete canarinho não consegue despertar nada em mim além da indiferença.

Meu envolvimento sentimental com a Seleção é infinitamente menor do que com o time que torço. Prefiro mil vezes que o Goiás volte à Série A do que o título da Copa das Confederações. Nem se compara. Não sinto identidade com aqueles caras que jogam lá. Não sei da história deles, onde se formaram, de que torcida foram ídolos, quais canecos levantaram. Juntam um monte de manés e vestem com a camisa que mais orgulhos deu para nosso país no campo esportivo. É de matar.

Nesse sentido, pode até ser que quando a bola rolar no jogo do Serra Dourada, eu me envolva com a partida. Gosto desse lance de convocar somente jogadores que atuam nos gramados brasileiros. Prefiro ver o zagueiro do Atlético Mineiro vestindo a camisa do Brasil do que o de um obscuro time ucraniano. Acho bem mais legal ver o centroavante do São Paulo com a amarelinha do que o caríssimo atacante que vem do futebol russo. Pode até ser pior tecnicamente falando, mas tem mais verdade. No campo futebolístico, o coração diz mais que a razão.

Se a goleada de ontem sobre a China foi redentora ou uma mera falcatrua para aliviar a barra de Mano Menezes, não faço a mínima. Se o duro jogo contra a África do Sul foi um bom teste ou só escancarou o quão pífio anda nosso futebol, não me importa. CBF, parabéns, depois de muito esforço você conseguiu: sou completamente indiferente ao universo da Seleção.

Ficou perdido na década de 1980 o orgulho em vestir a camisa do Brasil. Hoje, só usamos a amarelinha para fazer uma festa na Copa do Mundo, por mais que o Galvão Bueno diga o contrário. Alegria verdadeira e dor no peito real só sentimos nos êxitos e derrocadas de nossos clubes. O sentimento de unidade que sentíamos na Seleção ficou para trás.

A Copa de 2014 pode mudar isso. Se o time encantar, se o Neymar comer a bola, se o time criar identificação real com a torcida e levantar a taça, pode até apontar para um futuro diferente. Contudo, com esse futebolzinho mixuruca apresentado até hoje, pode ser a pá de cal. A Seleção caminha a passos largos para a completa irrelevância no nosso cotidiano.

Eu não queria que 1950 se repetisse em 2014. Mas já sinto o cheiro da derrota. Triste. 


Comentários

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  • 12.09.2012 11:16 Mariana Magalhães

    Você disse que o Brasil, com esse futebolzinho mixuruca apresentado até hoje,... enfim. Concordo com o "João" quando diz "vc ainda gosta de futebol goiano?". kkkkkk.

  • 12.09.2012 10:22 75%Jesus

    Também compartilho deste sentimento. Tudo se transformou em uma grande negociata. O torcedor se tornou o idiota a ser manipulado... Um horror!

  • 12.09.2012 09:47 Eduardo Henrique

    Pablo, concordo plenamente com o seu text e acrescento que, com relação aos times de futabol, me sinto da mesma forma. Aliás, não asssisto a um jogo de futebol desde o episódio da meia do Roberto Carlos, e não assistirei mais... Ah!, você(eu) não gosta, não é isso. Gosto muito e jogo sempre que posso(toda semana) seja em campo ou mesmo no Playstation, rss. Contudo, essa cartolagem, a bajulação, comercio do futebol me traz asco. Não suporto nem ouvir falar em Neymar e Galvão, hehe. Abraço, Eduardo

  • 12.09.2012 06:56 João

    ...e você ainda gosta de futebol goiano ???

  • 11.09.2012 22:11 Thiago Pena

    Compartilho do sentimento, o mesmo em relação ao certame da F-1, diga-se de passagem, que antigamente nos fazia vibrar nas manhãs de domingo. Voltando aos craques do futebol de hoje, não mais despertam o sentimento quase "ufanista" de outrora, quando simplesmente havia paixão exacerbada pelo futebol.

  • 11.09.2012 21:04 Eubson

    NÃO TEM SENTIDO PAGAR O PREÇO COBRADO PARA ASSISTIR UMA GRANDE MENTIRA CHAMADA SELEÇÃO BRASILEIRA!!

  • 11.09.2012 17:09 Percival Henrique da Silva

    Engraçado Pablo como você não só descreveu os meus sentimentos como também o de vários colegas meus, mas por outro lado fico um pouco otimista porque na copa do mundo, pelo menos os sentimentos são diferentes, não consigo demostrar essa antipatia que estou no momento e todas as copas que o Brasil participou e ganhou ele não era nem de longe um dos favoritos com exceção a de 1962. Claro sei desses fatos por leitura, pois sou de 1975. E convenhamos uma copa no Brasil creio pelo menos os jogadores terem mais um pouco de "raça".

  • 11.09.2012 16:14 Jota Junior

    Faço desse excepcional texto as minhas palavras, sem tirar uma vírgula!

  • 11.09.2012 16:14 Jota Junior

    Faço desse excepcional texto as minhas palavras, sem tirar uma vírgula!

  • 11.09.2012 16:13 Jota Junior

    Faço desse excepcional texto as minhas palavras, sem tirar uma vírgula!

  • 11.09.2012 11:57 Fabrícia Hamu

    É justamente o que eu sinto. Como você mesmo disse: triste.

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