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José Abrão
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José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br

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Reúna sua equipe e siga adiante

| 19.04.23 - 11:23 Reúna sua equipe e siga adiante (Foto: divulgação)Nesta segunda-feira finalmente assisti Dungeons & Dragons: Honra entre Rebeldes, nova tentativa de levar o primeiro e maior RPG do mundo para a tela grande (e cujo nome misteriosamente foi alterado no Brasil, porque aparentemente “Ladrões” no título seria o suficiente para corromper a juventude influenciável).
 
Fui um pouco com o pé atrás: D&D sempre foi uma marca de nicho. A grande maioria das pessoas só a conhece pelo desenho Caverna do Dragão, e olhe lá. Além disso, todas as demais tentativas de sair dos livros de regras para outras mídias foram modestas e bem direcionadas: jogos de tabuleiro; videogames; romances que muito raramente viram traduções em português.
 
Mesmo enquanto jogo, é uma coisa meio de masmorra, como o nome diz: passei minha adolescência toda querendo encontrar um grupo para poder jogar e só embarquei em um em 2010, já na faculdade. E a opinião da comunidade era unânime: levar o sentimento da experiência de jogar um RPG de mesa para as telas seria impossível, como aquela vez em que o feiticeiro do grupo decidiu beber a água do calabouço para ver o que acontecia e morreu instantaneamente.
 
A trama acompanha um típico grupo de aventureiros que precisa roubar um McGuffin para derrotar um vilão cartunescamente terrível. Seus pontos mais fortes são com facilidade as excelentes atuações de Chris Pine como o bardo Edgin e de Hugh Grant como o golpista Forge, ambos 100% comprometidos com suas falas, mesmo quando soam ridículas.

Dungeons & Dragons: Honra entre Rebeldes me surpreendeu por ser um filme muito simples, mas que possui camadas diferentes que atendem muito bem públicos bastante diversos. 
 
Em primeiro e mais importante lugar, o filme vai agradar o público comum oferecendo algo que não sei via mais ou menos desde A Múmia (1999): uma aventura de verdade. Sinto muita falta do cinema de aventura que foi completamente engolido pelos filmes de ação e D&D consegue fazer esse resgate que vai agradar qualquer pessoa que pisar na sala de exibição.
 
Em segundo lugar, me agrada como fã de fantasia: embora acessível, o filme possui uma camada muito grande, rica e bem aplicada de mitologia. Todos os lugares têm nomes, todos os personagens têm passado. E em terceiro lugar, me agrada como jogador: não apenas elementos do jogo de mesa como literalmente regras são transplantadas com naturalidade para a tela.
 
Só há um jeito de se dar mal: se você for esperando um grande épico de fantasia, estilo O Senhor dos Anéis ou Game of Thrones. D&D está mais focado na experiência do que na forma e o que temos está perigosamente próximo às mesas de verdade, como quando meu meio-orc druida uma vez seduziu um elfo usando sua forma animal para obter informações vitais para a missão.
 
Tudo bem que este pode ser o princípio de uma nova franquia (se o fato de ser esmagado nas bilheterias pelo Super Mario não botar a licença para hibernar outra vez), mas, por ora, é uma lufada de ar fresco cinematográfico.

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