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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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Movimento Sem Chapinha

Todos em prol de cabelos naturais | 20.09.12 - 10:43


Goiânia - Quando acordei na manhã de hoje e vi que o tempo estava nublado, com uma fina garoa incomum em terra goianiense, após o feliz bom dia ao dia, pensei: “hoje a mulherada de chapinha está enrolada”. E dei uma gostosa gargalhada. Não tem Mr. Bean, Monty Python, TV Pirata ou Trapalhões que me faça rir mais do que ver mulher andando na rua com sacola de supermercado na cabeça. É hilário.

Há um tempo, eu e vários amigos montamos o Movimento Sem Chapinha (MSC). Esse grupo tinha seu braço teórico (e etílico) do qual eu fazia parte, mas também tinha a facção que acreditava na revolução por meio de ações mais contundentes. No meio da balada, a galera tinha como missão estragar a chapinha alheia. Para isso, se valiam dos meios mais criativos. Desde um esbarrão proposital para derrubar bebida no cabelo da garota até rodar uma lata de cerveja no meio do show e destruir as chapinhas no raio de cinco metros ao redor. Tudo pela causa. São extremistas, eu sei. Alguns dirão até terroristas. Mas cada um empreende sua luta da forma que acha adequada.

Não entendo por que diabos criamos a ditadura do cabelo liso. Talvez seja a máxima nelsonrodriguiana do nosso complexo de vira-latas. Seguimos candidamente essa imposição cultural do mundo setentrional ao meridional. Talvez seja porque cabelo liso dá menos trabalho que o cacheado. Talvez seja por algo que sequer consigo supor. Não sei. O que sei é que é absurdamente constrangedor ver gente com cabelo crespo esticando suas madeixas para sei lá o quê. Cabelo igual ao do James Brown é o fim da picada. Embora ame o som do Papa do Soul, não dá para ter a mesma simpatia pelo seu cabelo.

Acho que todo mundo que assume o que é fica mais feliz. Acho que todo mundo feliz fica mais bonito. Então, acho bem mais bonitas e atraentes as mulheres que ostentam orgulhosamente as madeixas naturais do que aquelas que gastam fortunas nos salões para ficar com cara de Barbies do Paraguai. Seja liso, seja crespo. Seja volumoso, seja escorrido. Não importa. O timbre é justamente estar satisfeita com aquilo que é seu. Pena que não é tão simples...

Eu não gosto muito de ir naquela região dos bares e restaurantes do Maristão. Acho bombado demais, um lugar sem identidade, um martírio para estacionar e aviltante pagar aquela fortuna aos flanelinhas. Mas não tenho dúvidas que hoje será um dia divertido para estar lá. Ver aquele tanto de paty de vestidinho, salto alto e sacola de plástico de supermercado na cabeça será impagável. E aí, topa ir lá para rir um pouco?  


Comentários

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  • 22.09.2012 15:42 Léo Carrer Nogueira

    Cada um tem liberdade de usar o cabelo como quer, mas será que as mulheres que alisam o cabelo estão exercendo mesmo esta liberdade ou estão apenas se rendendo a um ideal de imagem que lhes é imposto?

  • 21.09.2012 22:33 Anna

    Caro Pablo Kossa, como eu assumo muito feliz o meu cabelo crespo, acho que posso opinar sobre a sua coluna... Constrangedor, meu amigo, não é uma mulher fazer chapinha, mas sim pessoas que não têm nada a ver com a vida dela derrubarem bebida no cabelo da moça porque acham que devem escolher por ela. Lamentável.

  • 21.09.2012 17:24 Mairinha

    Faz um tempão que assumi meus pixaim. Estou feliz da vida!!

  • 21.09.2012 14:22 Sammarah

    Pablo Kossa em mais um episódio de "Olha o jornalista falando". E a internet democratiza o fenômeno do "jornalista-comentarista-descolado"...

  • 20.09.2012 20:18 valeria correia

    só se for com vc! Pablo!

  • 20.09.2012 17:59 Dulce

    Legal o texto, só que não é novidade porque a Bia Tahan falou a mesmíssima coisa o ano passado. http://www.aredacao.com.br/colunas/2257/bia-tahan/pelo-direito-a-cabeleira

  • 20.09.2012 16:35 MÁRIA MARQUES

    Fiquei muito envaidecida ao ler esta materia, tenho cabelos cacheados e mesmo com algumas pessoas buzinando no meu ouvido tenho conseguido manter minha característica a finco. "Eu sou assim e gosto de ser assim", esse e o meu lema e ninguém é obrigado a seguir uma etiqueta ao qual rotulam de beleza. Parabéns pela matéria, nota 10. Estou nessa!!!

  • 20.09.2012 15:56 Lillian Bento

    Se estivesse em Goiânia eu topava! =]

  • 20.09.2012 13:15 Ligia Benevides

    Hahahaha, mandou bem, Pableras! Embora não seja muito fácil lidar com os caracóis do meu cabelo, também acredito que liberdade existe para os dois lados - pra enrolar ou pra alisar. Acho que depende muito do estilo de vida da pessoa. E vai que a brota gosta mesmo de alisar as madeixas? Cada um é livre pra fazer o que acha melhor pra si, afinal. De todo modo, gostei do texto e do movimento! Pra mim, chapar, só o cabeção; o cabelão, não!

  • 20.09.2012 11:28 Mirian Camelo Bezerra de Menezes

    Sou adepta absoluta do MSC!! Tenho o maior orgulho da minha pele escura e meu cabelo volumoso, crespo e indomável. Por favor, contem comigo para esta campanha. Abraços, Mirian

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