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Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
Cena de 'Nimona' (Foto: Netflix)
Com um pouco de atraso em relação às celebrações do Orgulho LGBTQIA+, diversas produções dentro da temática chegaram ao streaming recentemente: Belas Maldições (Prime Video), Vermelho, Branco e Sangue Azul (Prime Video), Nimona (Netflix) e Heartstopper (Netflix). Destas, até agora só consegui acompanhar a segunda temporada de Belas Maldições e o filme Nimona, ambas produções abordadas nesta coluna. As outras duas ainda serão assistidas, mas serão tema de uma coluna futura.
Interessantemente, ambas são obras que se originaram na literatura: Nimona é uma HQ de ND Stevenson, lançada em 2015, enquanto a produção Belas Maldições vem de um livro de Neil Gaiman em parceria com Terry Pratchett, lançado em 1990. Mais interessante ainda, as duas obras sempre foram referência na temática LGBTQIA+ mesmo sem ter conteúdo abertamente queer no seu texto: era apenas subtexto, captado pelos fãs.
Até agora: talvez o ponto mais forte e que reflete o progresso das produções contemporâneas seja não apenas o interesse pelo público e pela temática LGBTQIA+, mas a decisão de finalmente transformar subtexto em texto. A Netflix já havia feito isso em outra criação escrita por Stevenson: She-Ra e as Princesas do Poder. Outras adaptações e produções originais fizeram o mesmo, mas é muito bom ver obras que foram referência no passado retornarem mais “livres” para dizer o que pensam.
E você pode me dizer: bom, eu não gosto de nada LGBTQIA+. Então infelizmente não posso te recomendar essas obras: temas como inclusão, tolerância e a aceitação do diferente estão intrínsecas tanto em Nimona quanto em Belas Maldições. Ambos os programas usam a fantasia e o conto de fadas como ferramentas para contar histórias cativantes e que também conseguem abordar questões sérias e pertinentes à nossa sociedade.
Talvez você também possa dizer: mas ambos não falam necessariamente sobre LGBTQIA+, estes elementos só estão lá. É um argumento válido e, na verdade, um elogio: isso é diversidade e inclusão bem-feitas em que todos os temas se completam e se misturam de forma orgânica, sem recorrer a tropos cansados e desgastados.