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Primavera traz cor e flores às árvores e embeleza o Centro de Goiânia

Região tem diversas espécies em floração | 26.09.25 - 16:34
Primavera traz cor e flores às árvores e embeleza o Centro de Goiânia Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Carolina Pessoni
 
Goiânia - No Centro de Goiânia, as ruas parecem ganhar moldura especial nesta época do ano. Entre prédios históricos, calçadas movimentadas e praças tradicionais, os ipês assumem o protagonismo da paisagem. Amarelos, brancos e roxos — em diferentes tons e portes —, eles florescem em meio à seca, trazendo encanto ao coração da cidade.
 
De acordo com o biólogo e agente ambiental da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Leandro Georges, a floração já começou e se intensifica justamente no período mais frio e seco. “Quanto mais frio, mais seco, mais a floração é exuberante”, explica. Ele lembra que, no passado, existia uma sequência marcada: primeiro os ipês brancos, depois os amarelos e, por fim, os roxos. Hoje, por causa das mudanças climáticas, essa ordem deixou de ser previsível.
 
O ciclo natural dessas árvores acompanha de perto as estações do Cerrado: no início do período seco, os ipês perdem as folhas; no auge da estiagem, florescem em cores vivas; com a chegada da chuva, lançam as sementes, garantindo a germinação. Resistentes e adaptados ao clima goiano, os ipês exigem poucos cuidados. Georges explica que, por isso, a Amma costuma recomendá-los em projetos urbanos.

 

Ipê amarelo nas imediações do Tribunal de Justiça de Goiás, no Setor Sul (Foto: Divulgação)
 
O plantio leva em conta o porte da espécie. O ipê tabaco, de menor porte, é usado em calçadas, pois suas raízes não comprometem o passeio; o serratifolia, maior, é destinado a canteiros centrais; já o ipê caroba, nativo do Cerrado e de porte médio, tem crescimento mais difícil e, por isso, é menos utilizado.

Ele lembra ainda que existem diferentes variações de cores. “Tem vários tipos de ipês amarelos, vários tipos de roxos, brancos e rosas. Cada um com porte e tempo de floração distintos. Há ipês amarelos que levam de sete a oito anos para florir, enquanto o ipê tabaco, por exemplo, pode florescer já no terceiro ano.”
 
Um caso curioso é o ipê-rosa-claro, originário da América Central. Muito usado no passado, principalmente na Avenida Goiás, ele acabou sendo afetado por uma doença conhecida como “declínio do ipê”. Por isso, não tem sido mais plantado. Muitas dessas árvores morreram e foram substituídas por outras espécies, como o nó-de-porco, o pau-de-rosa e até o jacarandá-mimoso, que chega a ser confundido com ipê pela semelhança das flores.
 
Importância ambiental
Além da beleza que emociona os goianienses, os ipês também cumprem função ecológica essencial. “Na copa dos ipês floridos, há sempre grande presença de abelhas nativas, pássaros e beija-flores. Eles são fonte de alimento e parte importante da manutenção da nossa fauna urbana”, afirma Georges.
 
 

Jacarandá leva tons lilás para a Avenida Goiás (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
O biólogo lembra que, diferentemente de outras espécies, os ipês sofrem pouco com vandalismo. Por estarem tão presentes no imaginário da cidade e por germinarem e se multiplicarem com facilidade, eles não costumam ser alvo de depredações ou da retirada de mudas.
 
Apesar de toda a popularidade, Georges alerta que os ipês não devem ser os únicos protagonistas da arborização de Goiânia. “No período mais seco, ele fica totalmente sem folhas. Se plantarmos apenas ipês, a cidade pode se tornar ainda mais quente. É importante equilibrar com espécies que mantenham a copa verde durante todo o ano.”
 
Esse cuidado também aparece no planejamento urbano: desde residências até edifícios comerciais, toda construção precisa plantar uma árvore no passeio público para obter o habite-se. Nesses casos, os ipês estão entre as espécies mais indicadas pela Amma.
 
Presença marcante
Entre os pontos de Goiânia em que os ipês se destacam, Georges cita a região do Lago das Rosas, os arredores do Paço Municipal e a própria Avenida Goiás, símbolo do Centro. Foi ali perto, no cruzamento da Avenida Contorno com a Araguaia, que está o ipê mais antigo de Goiânia, plantado em 1957. 
 

Ipê amarelo da Avenida Contorno se tornou um dos símbolos de Goiânia (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Com mais de seis décadas de vida e 15 metros de altura, esse exemplar amarelo resiste como patrimônio natural e afetivo da cidade, atraindo olhares de quem passa pela região. Hoje, Goiânia abriga pelo menos 15 tipos diferentes de ipê, com predominância dos amarelos, seguidos pelos roxos e, em menor número, os brancos.
 
A cada inverno, o espetáculo de cores desperta admiração em quem circula pelo Centro. Mas, para além da contemplação, Georges reforça que a cena deve inspirar responsabilidade. “O ipê desperta esse encanto na população, e aproveitamos esse momento para lembrar da importância de preservar todas as árvores. Sem árvore, a gente e os animais não existimos. Elas ajudam a diminuir a temperatura, aumentam a umidade e trazem equilíbrio para a cidade”, finaliza.


Leia mais:
Ipê mais antigo de Goiânia: símbolo de resistência e beleza
 
 

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