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Caminho dos Bougainvilles: o centro de Goiânia em flores e movimento

Rotas convidam ao redescobrimento da Capital | 31.10.25 - 18:24
Caminho dos Bougainvilles: o centro de Goiânia em flores e movimento Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Carolina Pessoni
 
Goiânia - Goiânia nasceu planejada para ser moderna, mas cresceu guardando entre ruas largas e fachadas art déco uma beleza que pede ser descoberta sem pressa. Essa redescoberta ganha forma no Caminho dos Bougainvilles, uma trilha urbana de mais de 50 quilômetros que entrelaça a arquitetura, a história e a natureza da cidade em quatro roteiros distintos, todos inspirados na flor que colore ruas, muros e quintais da capital.
 
A iniciativa integra o Desafio das Flores, projeto da Goiás Turismo que valoriza símbolos naturais de cada município. Se em Bela Vista o ipê é o protagonista, em Goiânia o destaque é a bougainville, flor que traduz o espírito da cidade: viva, resistente e sempre em transformação. 
 
“Goiânia ainda não fazia parte desse projeto, e quando cheguei à GoiâniaTur decidimos desenhar nossas próprias rotas urbanas”, conta Nárcia Kelly, presidente da autarquia. “O objetivo é incentivar a mobilidade ativa e o contato sensorial com o espaço urbano — a pé ou de bicicleta é possível perceber detalhes que passam despercebidos quando estamos de carro.”
 

Teatro Goiânia está entre os monumentos que podem ser vistos nas rotas do Caminho dos Bougainvilles (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
O Roteiro Art Déco — o coração da trilha
O Roteiro Art Déco é o ponto de partida mais simbólico do Caminho dos Bougainvilles. Dividido em três “pétalas”, o percurso percorre a região central, revelando monumentos, praças e edifícios que guardam a memória do início da capital.
 
A primeira pétala, chamada Patrimônio, tem início no Lago das Rosas e finaliza no Mercado Central. Este caminho conduz o visitante pela Praça do Sol, Praça Tamandaré e Bosque dos Buritis, passando pelo Museu Pedro Ludovico Teixeira até chegar à Praça Cívica, marco zero de Goiânia.
 
Ali está o Palácio das Esmeraldas, ladeado pelo o Museu Zoroastro Artiaga e o Centro Cultural Marieta Teles — três joias que narram o nascimento da cidade planejada por Attilio Corrêa Lima. Também neste local é possível visitar a Antiga Chefatura de Polícia, a instalação "Caleidoscópio" de Siron Franco, e os monumentos a Pedro Ludovico e às Três Raças.
 

Palácio das Esmeraldas (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Seguindo pela Avenida Goiás, é possível admirar o Coreto da Praça Dr. Pedro Ludovico, o Grande Hotel, o Relógio da Avenida Goiás e outros exemplares do art déco que fizeram de Goiânia um dos maiores acervos do estilo no mundo.
 
Na segunda pétala, Sabor, o caminho se abre para o cotidiano boêmio e criativo do centro ampliado, passando pela Rua 8, pelos murais grafitados da Rua 3, Goiânia Palace Hotel e Teatro Goiânia. O destino final é o Mercado da 74, que oferece serviços e gastronomia raiz goianiense, com diversidade de bares e restaurantes.
 
Já a terceira pétala, chamada Diversão, do Mercado da 74 ao Mutirama. Pelo caminho, ícones da arquitetura da Capital, como a Praça do Trabalhador, a Antiga Estação Ferroviária com o Museu Frei Confaloni, o Instituto Federal de Goiás (IFG) com seu Pórtico em art déco, até chegar ao Mutirama, patrimônio da cidade.
 

Antiga Estação Ferroviária abriga o Museu Frei Confaloni (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
“O Caminho dos Bougainvilles conecta o patrimônio histórico, as praças e os parques de Goiânia, convidando as pessoas a redescobrir a cidade a partir de um olhar mais próximo e afetivo”, explica Nárcia.
 
Roteiro Parques I — da história ao verde do Jardim Botânico
O Roteiro Parques I liga o Parque Lago das Rosas - primeira grande área verde da capital e morada do Zoológico de Goiânia — ao Jardim Botânico, um dos refúgios de Cerrado mais preservados dentro da malha urbana. Entre um ponto e outro, o visitante cruza vias arborizadas do Setor Oeste e do Setor Bueno, observando a transição entre o traçado histórico e a expansão moderna da cidade.
 
Roteiro Parques II — natureza em movimento
O Roteiro Parques II também parte do Lago das Rosas, mas segue em direção ao Parque Macambira Anicuns, um corredor ecológico de mais de 24 quilômetros. O trajeto passa por áreas de convivência e ciclovias, mostrando como o planejamento urbano de Goiânia dialoga com o meio ambiente — uma herança do conceito de “cidade-jardim” que inspirou sua fundação.
 
Roteiro Praças — mosaico urbano de encontros
Já o Roteiro Praças é, talvez, o mais afetivo. Ele conecta o Parque Lago das Rosas à Praça do Amor, costurando alguns dos espaços mais emblemáticos da vida goianiense. O percurso passa pela Praça Tamandaré, palco da tradicional Feira da Lua e de manifestações culturais; pela Praça do Sol, pelo Bosque dos Buritis, com seus lagos e o Monumento à Paz; e pela Praça Cívica, onde o traçado original da cidade se encontra com sua identidade atual.
 

Trampolim e Lago das Rosas (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Cada parada é um convite ao pertencimento — um lembrete de que o centro não é apenas o ponto geográfico da cidade, mas o lugar onde ela pulsa em cores, memórias e encontros. “O Caminho dos Bougainvilles fortalece o turismo local, estimula a ocupação saudável dos espaços, movimenta o comércio e valoriza o centro histórico da cidade”, reforça Nárcia Kelly. “É um projeto que aproxima a população do seu próprio patrimônio.”
 
Com o bougainville como guia e o vento leve das manhãs goianienses como companhia, o percurso floresce como um símbolo do que Goiânia tem de mais bonito: a capacidade de se reinventar, sem jamais perder suas raízes. Quem percorre o Caminho dos Bougainvilles descobre que a cidade também respira, e que cada praça, cada fachada, cada sombra de árvore é uma forma silenciosa de dizer “bem-vindo de volta”.

 
Serviço:
- Trajeto completo, roteiros e mapas: site da GoianiaTur.
- A proposta é aberta ao público e pode ser percorrida de bicicleta, a pé ou em pequenos grupos, incentivando o turismo urbano, a mobilidade ativa e o olhar afetivo sobre a capital.
 

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