A balada do recém-separado

Como identificar um recém-separado na noite | 02.04.13 - 15:54

Goiânia - Um amigo terminou o casamento de quatro anos há alguns meses. Depois de um tempinho lambendo suas próprias feridas, decidiu que era hora de levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Conhecer gente nova, sair um pouco do apartamento que lhe restou do divórcio e que rememora momentos que queria esquecer, respirar novos ares. É claro, ele também queria pegar mulher – esse é o bom e velho supermercado da vida, quando sempre voltamos às prateleiras depois que alguém nos dispensa. Foi aí que bateu o drama: que ambiente frequentar com esse intuito?

O cara tem bom senso. Não curte onda de tiozão quase quarentão assediando universitárias. Ele é esperto. Estabeleceu o critério mínimo: a garota tem que ter carteira assinada ou pelo menos um CNPJ em seu nome. Sem isso, os universos são muito distintos para assuntos comuns, interesses recíprocos e afinidades. Ele me ligou desesperado: “Você está sempre discotecando na noite, onde é que posso conhecer mulheres nesse perfil?”. Não soube responder.

Temos casas noturnas na cidade de perfil mais adulto, onde a programação e os preços direcionam para uma faixa etária mais elevada. Por outro lado, é mais que comum encontrar hordas de universitários nesses locais, dependendo do dia. Por outro lado, nas casas de perfil mais jovem, também encontramos os mais velhos. Varia conforme a programação do dia.

E depende também da rede de casados/enrolados. Funciona da seguinte maneira. Um cara convida um recém-separado para a balada. Uma amiga chama a garota na mesma situação para a festa. E, como se fosse por acaso, os dois se encontram na noite. Os amigos cupidos dão uma forçadinha de barra e, quem sabe, a coisa acontece. Logo, se você estiver no local onde essa rede está armada, perceberá que a faixa etária será mais elevada.

Ainda existem aqueles que estufam o peito e vão encarar a balada de forma solitária. Eles são facilmente identificáveis. No começo estão sozinhos no canto, com seu copo de uísque ou long neck na mão. Depois de alguns goles, ficam mais soltinhos, vão para a pista de dança e começam a trocar ideia com quem desperta o interesse. Se sumirem e não voltarem mais ao espaço, pode ter certeza que arranjaram um rolo mais fixo e voltaram à rotina de casal, onde restaurantes são mais chamativos que casas noturnas. É a vida.

Se você está nessa de não saber se encaixar nas baladas que rolam atualmente, recomendo começar pelas festas que relembram hits dos anos 70, 80 ou 90. Se você não conhece as pessoas, pelo menos o som não causará estranhamento e a adaptação será mais tranquila. No mais, bola para frente que a fila anda. Se jogue sem medo de ser feliz. E leve o Engov no bolso, porque ressaca depois dos 30 é coisa séria.

Comentários

06.04.2013 08:59 Roberto Toledo

Avise para seu amigo que não tem nada pior no mundo que ir pra balada pra pegar mulher. Porque se o objetivo inicial não for alcançado a noite foi um tremendo fracasso. Aí ele vai voltar para o apartamento dele se sentindo mais lixo do que já estava. ehehe. Então vá a algum lugar que realmente goste e divirta-se. O resto é consequência.
04.04.2013 13:04 Maria Martha

Balada de 80 e 90 com Spice Girls, backstreet boys e é o Tchan é coisa séria!!! Claro que não é coisa do Pablo... Mas é isso ai né, essa prateleira da solteirice é meio bad mood.
04.04.2013 11:33 Alexandre Carlos

a rasidão a toda... agora com uma veia de conselheiro. puta merda, que coisa
03.04.2013 22:34 Tania Amorim Rassi

Gosto de mulheres divorciadas!
03.04.2013 20:20 Kateuscia

Adorei e concordo em tudo, me sinto assim tambem so que no lado feminino da questao, a coisa anda feia kkkkk
03.04.2013 18:48 Silas Cow

Quero o seu amigo Pablo.
03.04.2013 17:37 Graciela Leal

Pablo, passa meu email para seu amigo. No mínimo é inteligente como você e me encaixo nesse perfil. Kkkkk...
03.04.2013 14:29 Gabriela Lima

Só quero te contar que essa história de relembrar hit dos anos 90, aqui em Goiânia, não está com nada. Fui numa festa dessas no Metropolis e o DJ (deixo claro que não foi o Pablo) só tocava Backstreet Boys, Spice Girls, Britney Spears... É uma familiaridade que dá para dispensar.
03.04.2013 13:49 Dr. Loze

Engov é lixo, mas funciona como placebo para a maioria.
03.04.2013 07:27 Bia

Otima. Especialmente a frase final!
02.04.2013 20:29 Jesus 75%

AMO sua voz na IN cara.. Estamos colados igual siamêses brou, SEMPRE, JUNTOS, nos lençóis da BR-153.
02.04.2013 16:55 Adrianne

Amigo do Pablo, vc não está sozinho...são muitos nessa mesma situação. Boa sorte!
02.04.2013 16:46 Renata Correa

Gostei da idéia, se encaixa no meu momento onde até as amizades ja estao sumindo do mapa, cada um vivendo seu momento particular, e eu querendo renovar , reciclar, tudo re... renatar,,,,rs vou tentar!!!
02.04.2013 16:42 Fagner Pinho

A maior verdade está na última frase.

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