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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

O Blog

Eu odeio open bar

Brigar por um copo de bebida não é para mim | 05.08.13 - 21:14 No último sábado (3/8), fui à Atlanta Music Hall assistir ao show do Nando Reis e Humberto Gessinger. Eu e minha mulher compramos o ingresso de R$ 100 por pessoa, por ter a possibilidade de ficar mais perto do palco. O nome desse espaço era pomposo: Extra Vip. Naturalmente, se tratava de uma hipérbole. Caso fosse batizado de “Vietnã”, “Meu reino por um copo de cerveja” ou “Salve-se quem puder!”, a alcunha seria mais precisa com o que presenciamos.

Era uma verdadeira guerra conseguir uma bebida no bar. De uma simples água ao prometido uísque, pouco importava: todos tinham que enfrentar um empurra-empurra que fazia confusão de estádio de futebol parecer disputa de criança no parquinho para brincar no balanço. Um martírio sem fim. Vários minutos passavam, várias músicas eram tocadas, vários xingamentos gritados até que você conseguisse colocar as mãos em algo para beber.

Sou meretriz de muitos anos de estrada nessa vida de shows. Eu sabia que isso aconteceria. Sempre prefiro comprar ingresso onde o bar é pago. Nessas circunstâncias, você compra a ficha do que quer beber e vai fundo. Não é preciso pagar esse custo embutido no ingresso. É mais justo com quem não bebe. O problema é que a Atlanta não trabalha dessa forma. Todos os setores da casa oferecem open bar, variando somente o padrão do cardápio e a localização. Resumindo: ou você encara a barca chamada open bar, ou não assiste ao show que deseja.

Confesso que nem sempre tive raiva do open bar. Na adolescência e início da vida adulta, preferiria mil vezes um esquema desses mesmo que tosco a ter que comprar fichas. Encarava a canseira só pela chance de beber muito. Eram outros tempos. Naqueles idos, eu priorizava o quantitativo perante o qualitativo. Não me importava com marcas. Afinal, era possível beber mais daquela forma com menor custo. Essa fase passou. A idade e uma maior folga orçamentária permitem hoje que eu me dê o luxo de escolher bem com o que quero me embriagar. Por isso, pago para não ter que brigar por uma bebida.

Sinto o mesmo quando vou a coquetéis. Quando era universitário, a palavra coquetel me atraía mais que qualquer outra constante no Aurélio. O Comando de Caça aos Coquetéis tinha um militante que levava a causa muito a sério. Novamente, essa prática faz parte do meu passado. Só de imaginar ter que ficar correndo atrás de garçom por conta de um copo me faz sentar no primeiro bar e pedir uma bebida. Pago para não ter dor de cabeça. A vida é curta demais para esperar a boa vontade de um trabalhador sobrecarregado encher seu copo. Quando temos alguns reais no bolso e vontade de sobra para nos embebedarmos, o mais prudente é investir o recurso no extermínio da sobriedade.

Ao final da noite na Atlanta, saímos satisfeitos com o show do eterno líder dos Engenheiros do Hawaii, um pouco frustrados com a apresentação do ex-baixista dos Titãs (infinitamente menos inspirada – entorpecida? – que a do Fica do ano passado) e com uma certeza: open bar nunca mais!

Comentários

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  • 07.08.2013 08:23 ROMEU LIMA RANGEL

    dica para se beber no Atlanta: pague mais caro por uma mesa para ser atendido por um garçon : não esqueça de molhar a mão dele! pague mais caro por um camarote empresarial com banheiro e frigobar exclusivos, não esqueça de encharcar a mão do garçon para a reposição!

  • 06.08.2013 15:56 Mateus .

    Porra, escrevi um puta texto e esta merda apagou.. lá vamos nós denovo. Aproveitando a deixa, queria perguntar a sua opinião sobre esses eventos que fazem uma area vip gigantesca (e muitas vezes vazia) para forçar quem quer ver o show a pagar mais, literalmente ferrando a galera que tem menos grana. E também sobre o GO Music, que pratica preçoes de Rock in Rio com atrações nacionais básicas, na minha opinão, que vem todos os anos a cidade e uma atração internacional que bombou no carnaval da Bahia de 1995. Na sua opnião os produtores de eventos de Goiania ficaram muito folgados, ou o publico Goianiense ficou muito trouxa e aceita tudo numa boa?

  • 06.08.2013 15:52 Mateus

    Aproveitando a deixa, o que voce acha desses eventos que cobram muito caro e fazem uma Area Vip muito grande, literalmente ferrando quem tem menos grana? Vou citar um exemplo, o GO Music desse ano com preços de Rock in Rio e atrações nacionais básicas, na minha opnião, de artistas que vem em Goiania todos os anos e atrações Internacionais que foram Hit no carnaval da Bahia de 1995.. Na sua opnião voce acha que os produtores de eventos de Goiania estão muito folgados ou o publico Goianiense ficou muito trouxa?

  • 06.08.2013 14:18 Alynne Ferreira Cabral

    É exatamente o que penso! porém, infelizmente não tinhamos muita escolha!! Parabéns Pablo!!

  • 06.08.2013 13:40 Vinícius M.

    Pô, lá embaixo, na área dos pobre, deu pra descolar uns copos com pouca porrada. A cerveja da noite não era lá essas coisas, mas também não é das piores...

  • 06.08.2013 13:26 Márcia Miele Modesto

    Passei por uma situação assim em um show tambem no Atlanta. tinha mais cerveja no chão do que o povo bebendo, horrível, odeio open bar. Nao tem nada de qualidade. Um abraço

  • 06.08.2013 13:25 Andréa Naná

    Perfeito seu artigo... O pior é que para os amantes de shows, como é o meu caso, esse tal de "open bar" sai caríssimo, se quiser ficar perto do palco (sou míope) e sentir o calor e a energia dos artistas que valem a pena assistir, como é o caso do Bruno Gouveia (BIQUINI CAVADÃO), a galera se embriaga porque é a bebida é "free" e, como dizia minha mãe: "bagunça o coreto"!!!

  • 06.08.2013 12:27 I Pessoa

    O famoso "boca livre". A gente envelhece e desencana. Boca livre só em casa.

  • 06.08.2013 09:51 Silas Cow

    Quando leio open já fico numa fissura sem fim, bora fazer um open whatever juntos ?

  • 05.08.2013 21:43 Thiago Mendes

    Que notícia boa, menos um na fila do open bar! rs

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