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25.03.2014 17:37 Cássia Fernandes
Obrigada, Ana, Leo e Marcelo. Alessandro, gostei do comentário que acabou se constituindo em um bom texto. Você tem razão. Todos sempre tivemos direito aos nossos cinco minutos de bobeira. Agora temos direito aos nossos cinco minutos de fama, ou melhor, fama da bobeira. :)
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23.02.2014 06:01 Alessandro Del Piero
O direito a privacidade - definido por Louis Brandeis e Samuel Warren em 1890 como " o direito a estar só"- já foi algo que as pessoas se importavam, atualmente a solidão, no melhor sentido que esta palavra pode carregar, parece assustar as pessoas de uma maneira insuportável. O que fazer quando se está só? Você pode ler, pode escrever, pode compor uma música, escutar aquela canção que só você gosta sem ninguém te encher o saco, pode jogar videogame sem a mulher te aloprar, resumindo; estar só é a plenitude do egoísmo. A vida é uma só, chorar o passado ou ficar ansioso pelo futuro é burrice, porque só existe o hoje. O ontem e o amanhã são irrealidades, a única coisa verdadeira é o agora, sendo assim, vale a pena abrir mão do hoje, do agora e da privacidade? Privacidade não é você não saber da minha vida, e sim, principalmente, eu não saber da sua. Ao vivermos nesse galopante espaço/tempo, sem tempo pra nada e com espaço de sobra pra gente totalmente sem importância, criamos representações do que achamos somos. Estamos querendo ser aprovados o tempo todo, mas por quem? Quem pode dizer o que é bom na minha vida ou não, além de mim mesmo? E o que essa aprovação terceirizada e a quilômetros de distância pode realmente nos trazer? Rumo ao desconhecido, buscamos e disputamos curtidas e ao compartilharmos idiotices cotidianas e rotineiras vamos nos despedaçando aos poucos. Sempre fomos idiotas e agora com essa aproximação ilusória potencializada pela internet enfrentamos a metástase da burrice. Um câncer faminto e insaciável em busca de um sim que se consome em segundos. Uma aprovação mentirosa uma relação entre vaidade, prazer e auto-engano. Querer ser feliz demais já faz a nostalgia tomar conta, não encontrar a tal da felicidade nos faz melancólicos. Querer ser aprovado o tempo todo é um passo para loucura, uma utopia vã e alienante pra nos afastar do que realmente somos. Para os menos idiotas a melancolia chega como um tsunami, o desinteresse bate e muitos vão parar nas drogas com ou sem receita. Cada indivíduo deve procurar ser menos infeliz a sua própria maneira, a vida é essa coleção de insucessos temperada por alguma esporádica alegria passageira, e isto não é coisa de pessimista. Querer viver sem dor é um não viver, é coisa de jardim de infância, gnomos, Super Xuxa contra o Baixo Astral. A expectativa exagerada e a comparação fazem mal pra todo mundo. As redes sociais fazem isso o tempo todo, além de afastar a realidade pra milhas de distância. Mas não são culpadas pela nossa demência, é pueril achar que Facebook e afins mudaram tanto assim o que somos, na real ocorreu apenas um aumento exponencial da exposição e logo da nossa ridícula vontade de sermos perfeitos. Querer viver sem culpa é infantil demais pra quem já passou dos 25, mesmo que você seja o típico usuário feliz com o sorriso estéril do Feici.
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21.02.2014 16:59 Marcelo
Não há nada como envelhecer bem.
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21.02.2014 12:20 Leo Gomes
Esse texto foi o melhor que eu li esta semana em toda a imprensa brasileira. valeu
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21.02.2014 09:00 Ana
Adorei, principalmente parte que retrata das cartas e fotografias reveladas! Tudo é pra ontem na era tecnológica! Paciência é algo que não existe nos dias de hoje. Parabéns pelo texto!