Goiânia - Antes de tudo, preciso dar uma explicação: em relação ao Big Brother Brasil (BBB), eu sou igual a Luka - não tô nem aí. Não se trata de postura pseudo ou coisa do tipo. É que simplesmente opto por gastar meu tempo livre com outras bobagens. Droga por droga, tenho uma predileção pelas mais pesadas e perigosas, tipo futebol.
Logo, nunca cliquei em link algum que me levasse à uma notícia sobre o BBB. A não ser quando tem a foto de uma gostosa sensacional fazendo algo hiper sensual. Aí, meu amigo, não há desinteresse que contenha o ímpeto. Mas nesse caso pode ser BBB, novela ou concurso de miss de time de futebol que desprezo. Não é o que está sendo noticiado que leva meu mouse até ali e sim a bela imagem que ilustra o todo.
Mesmo com a profunda irrelevância que o reality show tem para mim, não posso deixar de me manifestar acerca da censura que a Rede Globo impôs aos portais Uol e Terra em suas coberturas sobre o BBB. Um absurdo. A postura arrogante da vênus platinada é para lá de perigosa. Qual será a próxima tentativa de cerceamento? Os campeonatos de futebol? A Fórmula 1? Os artistas da Som Livre? Se tudo que tiver contrato com a Globo não puder ser alvo de cobertura jornalística por outras empresas de comunicação, que me perdoem os ouvidos mais sensíveis, o nome disso é censura.
Quando o interesse comercial se sobrepõe ao interesse público, temos uma clara distorção. Mesmo que eu considere, nesse caso, o interesse público algo algo absolutamente fútil, não tenho o direito de desprezar que muita gente quer saber quem pegou quem na última festa do BBB. Quando isso acontece, é mais que necessário a intervenção do Estado, O problema é que o Estado julgou em favor da Rede Globo. Eu torço para que o recurso do Uol seja aceito e os portais possam novamente noticiar o que acontece dentro da enfadonha casa.
Vivemos uma situação complicada no Brasil. Se torcemos para que a Globo tenha uma concorrência mais ombro a ombro no ramo da comunicação, quem surge como principal oponente tem fonte prioritária de receita na fé e não o mercado publicitário, como seria o aceitável em qualquer país decente. Torcer pela Record é difícil. Mesmo com toda tosqueira, o SBT ainda me soa mais simpático. Mesmo sabendo que isso é torcer pelo jacaré no filme do Tarzan.
A grande real é que quando o assunto é televisão aberta, estamos entre a cruz e a espada.