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Falta de educação

Xingamento à presidente é incoerente | 13.06.14 - 17:24 Falta de educação (Foto: divulgação)
Goiânia - Ser educado é algo admirável, mas ultimamente a solução é ignorar os ignorantes porque jamais vão entender qualquer explicação para melhorarem o comportamento. Com o passar do tempo ou eles mudam para melhor, ou continuam vivendo na ignorância por não ter capacidade de raciocinar que “o direito de um termina quando o direito do outro começa”. Pode ser falta de capacidade?! Pode! Afeta as pessoas, mas afeta muito mais quem rola na lama da ignorância acreditando que tem liberdade para fazer tudo o que quer.
 
Depois da minoria branca, cheirosa e rica que tem dinheiro para ir até a ala vip da abertura da Copa e, de lá, mandar Dilma "tomar no c*", é a vez dos que não podem pagar tanto, mas compartilham, em êxtase pelas mídias sociais, o coro dos bem-nascidos que arrotam discursos por um país moderno, porém agem no campo da barbárie e da truculência.
 
O que se quer é mais educação, mais ética, mais honestidade? Que tal começar praticando tudo isso?
 
Quem tem educação não precisa mandar tomar no c*, porque conhece caminhos mais nobres e eficazes para opinar e exercer seus direitos. É assim que penso, é assim que fui educada: ofensas, não!
 
Será que esse coro do estádio e seus ventríloquos digitais não tiveram mãe e pai para ensinar que é feio mandar alguém "tomar no c*", ainda mais em público - e, no caso, diante das câmeras vistas por bilhões de pessoas pelo mundo? E aos seus filhos, que exemplo querem dar? O de ofender o coleguinha ou a diretora da escola de que não gostam, tornando-se trogloditas quando adultos?
 
“Ah, mas a Dilma é péssima presidente, seu governo é medíocre e eu odeio o PT”, dirá o defensor do xingamento. Ora, já ouviu falar em democracia representativa, cara pálida? Já usou o dinheiro que lhe sobra para ler alguma obra iluminista; entender que a Idade Média acabou e a Revolução Francesa trouxe luz à relação entre o Estado e as pessoas? Já pensou que seu poder é muito maior e mais válido nas urnas e nas ações que pode encampar como cidadão do que vomitando palavras chulas num estádio?
 
Eis uma reflexão a se fazer num país que clama por melhor educação: será que bastam os diplomas de quem pode pagar caro por eles nas melhores grifes universitárias? Ou será que precisamos ensinar, principalmente à nossa elite (e aos que se acham como tal), o mais básico para uma civilização: o respeito à integridade do outro, à opinião do outro, aos direitos do outro, com senso de democracia, coletividade e sustentabilidade?
 
Na abertura da Copa, enquanto na ala vip do estádio de mármore se gritava “vai tomar no c*”, pela periferia (onde nascem os craques do futebol) se gritava “goooooooolllllllllllllllll”; enquanto a elite que se acha pensante misturava futebol com política, as pessoas simples aproveitavam o jogo para torcer por sua seleção; enquanto os diplomados e especialistas partiam para agressão, os que trabalham duro para pagar os estudos se abraçavam em festa.
 
Quem precisa mesmo de educação?

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