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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

O Blog

Aprendi no funk

Eu amo o pancadão do morro carioca | 26.10.11 - 12:27

Vi a hashtag #AprendinoFunk bombando ontem no Twitter e achei sensacional. Eu amo o funk carioca. Amo. Do fundo do meu coração. E, tal qual a galera comentava na rede social, eu também aprendi algumas coisas na batida do pancadão. Se são elementos nobres ou não, isso é outra conversa. Mas é impossível passar batido e incólume a uma manifestação cultural tão visceral quanto é o funk carioca.

O funk pancadão do morro é o meu preferido. Não gosto daquela coisa insípida que ganhou a televisão no começo dos anos 90 e tem filhos nefastos até hoje circulando por aí. Esses eu categorizo como “funk da Xuxa”, que é a faceta mais pop do gênero. Se ela dança, eu danço? Tô fora! Meu negócio é com aqueles funks bem escrotos mesmo, sabe? De orgia e violência. Quanto mais agressivo melhor. Percebo a beleza primal daquela manifestação cultural legítima de uma parcela da sociedade excluída de seus bens mais elementares e que devolve aquele subproduto altamente referenciado como arte. Acho isso simplesmente lindo! Me empolga e me diverte ouvir aquela batida simples, com voz tosca e temas absurdos. Nesse segmento, Catra é o melhor. Não tem para ninguém.

Meu amor pelo funk é tamanho que até montei uma banda para tocar os clássicos do gênero. Nosso repertório vai basicamente de Catra, Tati Quebra-Barraco e Gaiola das Popozudas. Ou seja, só a nata. Se quiser ver um pouco, entre no Youtube e digite Bonde da Perversão. Mas é por sua conta e risco! Aviso que os ouvidos e olhos mais sensíveis serão agredidos. Daí para frente, você assume o ônus de sua curiosidade. O Bonde é uma singela homenagem àqueles que fazem nossa vida mais divertida com as hilárias descrições de orgias sexuais.

Ouço funk desde 1991, quando meu amigo de sala do Colégio Agostiniano, Marcus Aprígio Chaves, hoje advogado, me passou uma fitinha cassete com alguma coletânea Funk Brasil organizada pelo DJ Marlboro. Ouvia aquele som o dia inteiro. Clássicos como a Feira de Acari e o Melô do Bêbado não saíam do meu som. Desde então, o preconceito classe média que circunda o funk não mais me pegou. Domestiquei meu ouvido para o que tem de mais agressivo no estilo. O que para os outros é um absurdo, para mim é deleite. Quanto mais extremo, mais divertido. Quanto mais proibidão, mais interessante.

Não tinha como eu não achar a coisa mais legal do mundo uma mobilização/curtição no Twitter relembrando o pancadão. Está no meu DNA. Se é bom ou ruim, não importa. O que de fato tem relevância é que eu me divirto horrores. E, se tem diversão, pode contar comigo que tô dentro!



Comentários

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  • 23.02.2013 14:19 Albert Costa

    Então o Marquim é do funk???kkkkkk

  • 29.10.2011 11:04 Vanessa

    HAHAHA! Foi eu que escrevi isso? Nossa, me indentifiqui muito *-*

  • 29.10.2011 11:03 Vanessa

    HAHAHAHAHA! Fui eu que escrevi isso? Me indeintifiquei muito. Principalmente no final, muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito bom (y) Me add no msn?

  • 29.10.2011 10:33 Flávia Cristina

    Moramos em um país com uma cultura totalmente diversificada, não temos que ter preconceitos e sim preferências, até gosto do som funk, mas realmente as letras das músicas são ...de não acrescentar nada, ensinar merda e rebaixar a imagem da mulher. País diversificado, livre e sem preconceitos, amém.

  • 27.10.2011 12:14 Jackeline

    Espero não estar sendo chata, comentando todos seus artigos... rs Mass.. Tbm curto, mas depende de quantos litros de vodka eu bebi... rsrsrs

  • 26.10.2011 05:03 Mayra

    Incrível como tudo q vc escreve eu me identifico!!! Mais uma vez PARABÉNS!

  • 26.10.2011 04:55 Eduardo Rebelo

    Chatuba de mesquita, bonde do faz gostoso, MC fornalha, catra, entre outros... Só a nata do melhor do funk carioca. Nota 10 a coluna de hoje!

  • 26.10.2011 04:05 Bárbara Cristina Mendes

    Essa é a beleza da democracia mesmo... Ninguém diria que um cara que tanto ama e conhece muito bem o rock como o Pablo Kossa iria fazer essa declaração de amor pelo funk.... funk carioca mesmo. Não acho que desmereça a pessoa e sim mostra o quão diferenciada pode ser nossa sociedade e isso é a riqueza da música brasileira. Por outro lado também concordo com a Aline no que se refere ao funk...mas cada um com o seu gosto. Repito: A beleza está em aceitar a diversidade.

  • 26.10.2011 03:43 Paullo Di Castro

    Assino em baixo, Aline!

  • 26.10.2011 02:11 Aline Mil

    Entendo toda a importância antropológica da coisa e, de fato, o movimento é 100% legítimo mas não consigo achar louvável uma manifestação cultural tão machista. O funk "proibidão", que faz apologia ao estupro, ao tráfico, ao assassinato, à pedofilia e - sem exceção - ao corpo feminino como mera carne de açougue não é algo que consigo aceitar como bacana. Nem é o caso de ser ou não careta, de não aceitar o politicamente incorreto ou até mesmo de não enxergar o funk como hino de uma realidade. No entanto, não dá pra ignorar que estão ensinando crianças a rebolarem até o chão e ensinando meninos e meninas que aquilo é o que faz alguém ser bonito e popular no morro. Nesse ponto, considero o rap e o hip hop muito mais interessantes.

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