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Leticia Borges
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Leticia Borges é especialista em Língua Portuguesa, jornalista, professora e palestrante. / leticia.textos@gmail.com

Língua e letra

Formas nominais do verbo

Quando o infinitivo é flexionado | 08.09.14 - 22:30 Formas nominais do verbo www.portugues.com.brExistem três formas nominais do verbo – infinitivo, particípio e gerúndio – com particularidades que geram muitas dúvidas na hora de escrever. São formas que não se flexionam em tempo e modo, e que podem fazer a função de nomes. Vamos ver primeiro o infinitivo.

O infinitivo é a ação. Sempre termina em ‘ar’, ‘er’, ‘ir’, ‘or’, embora a influência da oralidade faça com que, muitas vezes, as pessoas ignorem esse ‘r’ do final. O certo é dizer e escrever cantar, torcer, fugir, supor, mas orações como “vamos fugi?”, “queremos compra” e outras semelhantes podem facilmente ser encontradas por aí.

E além disso, o infinitivo pode ser pessoal e impessoal. Impessoal quando não se flexiona, e pessoal quando se relaciona a um sujeito.

Foram convidados a sair ou foram convidados a saírem?

Nesse caso, o verbo sair está regido pela preposição ‘a’ e é complemento nominal do adjetivo convidados. Quando o verbo complementa adjetivo, advérbio ou outro verbo, não flexiona. O certo é a primeira opção: foram convidados a sair.

Quando o verbo indica uma oração subordinada reduzida de infinitivo (que não é introduzida por conjunção) ele não flexiona nos seguintes casos:

1) Quando a oração é complemento de uma principal com verbo causativo (mandar, deixar, fazer etc) ou sensitivo (sentir, perceber, ver etc) e tem como sujeito um pronome oblíquo:

- Mandei-os entrar ( e não “entrarem”).
- Não os vi sair ( e não “saírem”).

Obs.: se o sujeito for um substantivo, a flexão é opcional:
Mandei as crianças entrar/mandei as crianças entrarem.
Não vi os alunos sair/não vi os alunos saírem.

2) Quando o sujeito da oração reduzida é o mesmo da principal:
- Nós iremos à reunião para reivindicar nossos direitos ( e não “reivindicarmos”).

Em outros casos o infinitivo flexiona, como:

1)      Quando as duas orações apresentam sujeitos distintos:
Nós acreditamos serem elas as estrelas desta noite. ( e não “ser elas”).

2)      Quando o sujeito é elíptico:
É importante acreditarmos em nossos sonhos. (e não “acreditar em nossos sonhos”, pois o sujeito é “nós”).

Com infinitivo diante do verbo parecer acontece algo intrigante: pode-se flexionar tanto um quanto outro verbo, mas digamos que um dos  resultados fique estranho e pouco usual:
Elas parecem gostar da cidade (forma mais comum)/Elas parece gostarem da cidade (forma pouco usual, porém correta também).

Isso acontece porque no primeiro caso o verbo parecer e o infinitivo formam uma locução verbal e no segundo entende-se que o verbo parecer é uma oração complementada por outra reduzida de infinitivo.

Tudo esclarecido, na próxima semana passaremos aos melindres do particípio, mas já adianto um pouquinho: trago ou trazido? Impresso ou imprimido? Até lá.
 

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