(Foto: flickr.com/billp121)
Goiânia - Um veículo autônomo é aquele que dispensa o condutor humano. Movido por uma espécie de inteligência artificial, ele é capaz de se auto guiar pelo caminho especificado, obedecendo limites de velocidade e, teoricamente, em harmonia com outros veículos na estrada e com possíveis obstáculos que surjam no trajeto.
A implementação de carros autônomos nas cidades e rodovias faz mais sentido se pensarmos em uma inserção em massa desses veículos nas metrópoles: viveríamos em um ecossistema no qual os carros se comunicam entre si (
através da Internet das Coisas) e onde a pessoa não precisaria possuir seu próprio veículo, bastando solicitar algum carro vazio por perto.
As pesquisas sobre a criação desses carros existem desde a década de 20. A partir de então, grandes atores embarcaram nesse mercado, como a General Motors, BMW, Mercedes-Benz e a
DARPA. Atualmente, as duas empresas mais conhecidas por investirem no ramo são a Google e a Tesla Motors, havendo rumores de que a
Apple também estaria envolvida.
O Brasil também possui algumas pesquisas na área, como as desenvolvidas pela UFMG, UNIFEI, UFES e USP, esta última através do projeto
CaRINA, que realizou o primeiro teste com carro autônomo em uma via pública na América Latina.
A ideia de não mais precisarmos dirigir e podermos gastar nosso tempo de locomoção com tarefas produtivas parece tentadora, mas ainda existem vários obstáculos técnicos e legais a serem superados.
(Foto: thecarconnection.com)
Imagine quatro pessoas no interior de um carro autônomo prestes a se chocar com um poste. O carro calcula que a melhor forma de evitar o dano é fazer um desvio que gerará um acidente “menor“, qual seja, a morte de um pedestre (ao invés das quatro pessoas dentro do carro). De quem será a responsabilidade pelo acidente: de quem comprou o carro, do desenvolvedor que programou o software do carro ou da empresa que vendeu o carro? E ainda, poderia o comprador do carro reprogramar o software do veículo de maneira que este passe a optar sempre por minimizar os riscos para os passageiros do carro em detrimento dos outros?
Este cenário parece desastroso, mas poderá se tornar corriqueiro. Inclusive, este é um grande dilema ético que deverá ser enfrentado pelas montadoras, desenvolvedores e consumidores mais cedo ou mais tarde. Porém, deve-se considerar que ter um carro autônomo, apesar destes riscos, tem como objetivo final diminuir as chances de acidentes em geral. No caso ilustrado, o carro estava prestes a se chocar com um poste, mas a ideia é que o veículo tenha um software calibrado o bastante para que esse tipo de interferência jamais surja.
Ainda, como os carros se comunicarão entre si, será extremamente difícil que um se choque com o outro. Talvez esse seja o fim dos semáforos e dos sinais de “Pare“. Alguns chegam a afirmar que os carros autônomos serão tão seguros que será uma loucura deixar uma pessoa dirigir um veículo por aí, possivelmente se
tornando uma atividade ilegal .
Apesar deste cenário parecer algo de um futuro distante, alguns lugares dos Estados Unidos já estão modificando suas legislações para permitirem a utilização destes carros em vias públicas, desde que um humano habilitado para dirigir permaneça no veículo para intervir em casos necessários. É o caso dos estados de Nevada, Flórida e Califórnia.
Se os avanços tecnológicos permitirem (e as leis colaborarem) as suas dores de cabeça no trânsito podem acabar logo logo.