Goiânia - A edição 1908 seria na Itália, não fosse o vulcão Vesúvio que atingiu o país dois anos antes, fazendo o governo desistir de receber os Jogos. Com a situação, a Grã-Bretanha se candidatou ao cargo e recebeu o apoio da família real para se organizar.
Londres conseguiu se estruturar em tempo recorde. Com capacidade para até 70 mil torcedores, o estádio Sheperd's Bush foi construído em 10 meses. Além de torneios no gramado, a estrutura também contava com velódromo, pista de atletismo e piscina.
Os jogos começaram no dia 27 de abril e se estenderam até 31 de outubro. E foi em solo inglês que se criou um dos atos mais tradicionais das Olimpíadas: o desfile das delegações. Desde 1908 a Grécia abre o passeio, seguido pelo país-sede e os demais participantes, em ordem alfabética.
Destaques e curiosidades
A maratona olímpica teve trajeto ampliado para 42,195 km, o que se mantém até hoje. A alteração ocorreu por uma solicitação real. A intenção era fazer com que os atletas cruzassem a linha de chegada no camarote real de Eduardo VII.
E justamente nessa prova que as Olimpíadas de Londres registraram um dos momentos mais dramáticos da história do esporte. O italiano Dorando Pietri liderava a prova, mas foi vencido pelo cansaço poucos metros antes de cruzar a linha de chegada. Exausto, chegou a cair no chão. Completou a prova com a ajuda dos fiscais, mas foi desclassificado por isso e o ouro foi para o norte-americano Johnny Hayes.
Dorando Pietri completa maratona com ajuda de fiscais (Foto: COI)
Londres 1908 teve duas fases: Jogos de Verão e Jogos de Outono. Apesar do longo período, foi uma das edições mais organizadas, contando até com a distribuição de material sobre as modalidades. A seleção britânica somou 144 medalhas, sendo a campeã geral. Estados Unidos ficaram na segunda colocação, com 47.
Foram 22 países participantes e 2.008 atletas, sendo apenas 37 mulheres. O Brasil não marcou presença. Os ingleses tentaram emplacar dois novos esportes - motonáutica e racquet -, mas acabaram não se popularizando.