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Declieux Crispim
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Declieux Crispim é jornalista, cinéfilo inveterado, apreciador de música de qualidade e tudo o que se relaciona à arte. / declieuxcrispim@hotmail.com

Cine Qua Non

Woody Allen encontra Vincente Minnelli

| 23.01.17 - 09:59
 
Goiânia - O gênero musical, que parecia sepultado, renasce das cinzas em La La Land - Cantando Estações (2016) -, belo trabalho dirigido por Damien Chazelle e que representa um avanço notável em relação a Whiplash: Em Busca da Perfeição (2014), seu irregular filme anterior. Não sei se foi de caso pensado, ou não, mas é impossível não rememorar o estupendo plano-sequência que Godard realizou em Week-End à Francesa (1967) logo no início da película de Chazelle.
 
Promover o resgate dos musicais, conciliar o arcaico e o moderno, sem perder a autenticidade e, ao mesmo tempo, evocar Woody Allen e Vincente Minnelli, mas não somente estes, bem como outros grandes em que as referências são notadas diante do deslumbre que o filme provoca em cada cinéfilo, são marcas inequívocas presentes no longa. 
 
A trama gira em torno de Mia (Emma Stone), uma garçonete que almeja se tornar atriz e de Sebastian (Ryan Gosling), que deseja ter um clube de jazz e alavancar o gênero, tal como Damien Chazelle em relação aos musicais, destilando uma paixão mítica tanto em relação aos musicais quanto ao jazz, gêneros tipicamente da arte americana. 
 
A necessidade de resgatar a memória, em tempos em que as relações são cada vez mais efêmeras, em que a profundidade é posta de lado em relação prazer imediato, uma sensação de não pertencimento à era atual, do pulsante anseio de retornar ao passado, ou de trazê-lo para o presente e para o porvir, remete-me ao maravilhoso Meia Noite em Paris (2011), de Woody Allen. O inconformismo, a busca por se reafirmar, de dizer que os musicais são primordiais e que os grandes mestres precisam ser revisitados, precisam ser descobertos, parece-me ser a tônica em La La Land.
 
Em detrimento a um mundo cada vez mais frio e pragmático, nasce o amor quando duas solidões se encontram, promovendo um lastro forte entre os dois personagens, consolidado por momentos radiantes durante as cenas musicais em que os sentimentos, sonhos, anseios, as dores e as incertezas são revelados. A celebração da magia sobre a realidade, um cinema feito não somente para entreter, mas para fazer sonhar.

La La Land é uma das atrações da 10ª Mostra “O Amor, a Morte e as Paixões”, que ocorre em Goiânia entre os dias 15 de fevereiro e 1º de março. Confira os horários de exibição: 

16/02 - 10h30
18/02 - 10h30
20/02 - 10h30
22/02 - 10h30


Comentários

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  • 23.01.2017 21:19 micaele

    esse texto me deixou com vontade de ver o filme. parabéns! continue assim. Woody Allen incrível <3

  • 23.01.2017 20:26 FLAVIA BOSSO

    Quero ver La la land, essa semana vou pro cinema :D excelente texto, adorei, parabéns, Declieux

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Declieux Crispim é jornalista, cinéfilo inveterado, apreciador de música de qualidade e tudo o que se relaciona à arte. / declieuxcrispim@hotmail.com

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