A Redação
Goiânia - Basileu Toledo França faria 100 anos nesta semana. Natural de Jataí, no interior de Goiás, esse professor, historiador e escritor acumula um legado de encher os goianos de orgulho. Nascido em 18 de setembro de 1919, viveu até os 84 anos estudando, conhecendo, descobrindo e produzindo livros. Despediu-se na primavera de 2003, deixando saudades.
Abaixo, uma breve biografia sobre Basileu França:
Basileu tinha dom e amor pelo que fazia. Acumulou inúmeras funções, ora escritor, pesquisador e professor, ora economista, jornalista, empreendedor, político e servidor público. Também foi membro da Academia Goiana de Letras (AGL) e do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), do qual foi presidente.
Co-autor em 1961 do Estatuto da Universidade Federal de Goiás, fundou no ano seguinte a cadeira de Sociologia Educacional; foi professor de Repartição da Renda Social da Universidade Católica de Goiás, atual PUC-GO, e diretor do Instituto de Educação de Goiás, cargo que assumiu em 1955, quando veio morar em Goiânia.
Basileu apoiou a instalação do hoje Itego Basileu França, no local do antigo Instituto França, escola fundada por ele e sua mulher, a professora Ada França, em 1956, no Centro de Goiânia, e que passou a funcionar em 1964 na sede construída no Setor Universitário.
Além de Pioneiros, são também de autoria de Basileu os livros: Romance (1951), história de amor em versos; O Sudoeste – Tentativa de Interpretação (1959); Estudos de Educação (1960); Música e Maestros (1962), sobre antigas bandas e compositores do Sudoeste; Cadeira N 15 - Estudo da Literatura de Goiás (1971); Cavalo de Rodas – A Entrada do Automóvel em Goiás (1979); Vale do Rio Claro, coletânea de 20 contos (1979); Capangueiros e Jagunços (1987) e O Triângulo dos Diamantes (1994), respectivamente, romance histórico e ensaio-documentário sobre a região do Rio das Garças e a luta armada de Morbeck e Carvalhinho em 1925.
Também lançou Velhas Escolas (1998), resgatando a contribuição dos mestres-escolas no sertão do Rio Claro, desde a segunda metade do século 19. Tornou-se professor e para melhor exercer a missão, cursou Magistério. Sua ocupação predileta, respondeu certa vez, era educar.
Basileu narrou ainda a história de seus familiares e episódios de sua vida até os 12 anos de idade no memorialístico Monólogos em Surdina (2000). Coube a ele também evitar que caíssem no esquecimento a trajetória e a obra de personalidades cuja atuação é digna de reconhecimento: Crispiniano Tavares, autor de Contos, Fábulas e Folclore; a poeta Leodegária de Jesus; o médico, político e escritor Americano do Brasil.
Em Jataí, em 2002 foi inaugurado o Centro Cultural Municipal Basileu Toledo França, na Avenida Goiás, tendo ao fundo a Mata do Olho d’Água, marco da fundação da centenária cidade. No município, Basileu construiu a Escola Romualda de Barros, inaugurada em 1960 no povoado de Estância e que continua a funcionar, como parte da rede municipal de ensino.