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De Lilia Schwarcz a Erico Verissimo | 22.04.21 - 16:44
(Foto: divulgação)José Abrão
Goiânia – Neste 22 de abril é celebrado o “Descobrimento” do Brasil. Assim mesmo, entre aspas, porque quando Cabral chegou ao que hoje é o município de Porto Seguro, muita coisa já estava acontecendo deste lado do Atlântico. De lá pra cá, são 521 anos de muitos percalços e reviravoltas. Diante disso, separamos aqui alguns livros de fácil leitura para se aprender um pouco mais sobre a História do Brasil.
Brasil: uma biografia (Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling)
Considerado a principal referência de História do Brasil publicado mais recentemente, este livro traz um “resumão” da trajetória do nosso país: do descobrimento ao século XXI. E não é pra menos: a edição mais recente é um catatau de mais de 1300 páginas. Mas não se deixe intimidar pelo tamanho: a leitura é fluida e facilitada pelas autoras que traduzem uma ampla e profunda pesquisa em uma linguagem acessível, sem jargões, para que todo brasileiro possa entender um pouco mais sobre si.
Escravidão – volume 1 (Laurentino Gomes)
Gomes ficou muito conhecido pela sua trilogia Direto ao Ponto 1808, 1822 e 1889. São obras que pincelam com jeitinho e relatos anedóticos a vinda da família real portuguesa para o Brasil, o Império, e a República da Espada. Como é de se esperar, todo aquele humor não está aqui: Escravidão é um apanhado visceral da Diáspora Africana no Brasil, país que é, depois do Haiti, o mais negro fora do continente africano. O livro acompanha não apenas a história dos cativos, mas como a escravidão se embrenhou na cultura e na vida social portuguesa e, depois, brasileira. Este primeiro volume acompanha desde o primeiro leilão de escravos em terras lusitanas até a história do quilombo dos Palmares.
A Muralha (Dinah Silveira de Queiroz)
Recém republicado após décadas sem uma edição, este romance clássico da literatura brasileira traz um retrato profundo e detalhado, ao mesmo tempo que épico, dos primórdios do Brasil Colônia e do que viria a ser a cidade de São Paulo. O romance traz os moldes de um filme de faroeste: o Brasil aqui ainda está muito longe de ser “Brasil”, sendo apenas uma terra de fronteira quase completamente desconhecida povoada por povos desconhecidos e ocupada por estrangeiros que são, em sua maioria, bandidos e aventureiros que, ao mesmo tempo, são berço de uma nação.
O Tempo e o Vento (Érico Verissimo)
Considerada a obra-prima do escritor gaúcho, O Tempo e o Vento é um épico de sete volumes que detalha a história da formação do Rio Grande do Sul e, com ele, o Brasil moderno. A saga acompanha as famílias Terra, Cambará, Caré e Amaral de 1745 até 1945, com o fim do Estado Novo de Getúlio Vargas. A obra é tão rica, detalhada e extensa que até mesmo parte dela foi lançada separadamente, especialmente para a educação básica, como Ana Terra e Um Certo Capitão Rodrigo. Notadamente, o épico é conhecido principalmente por sua descrição detalhada da Guerra dos Farrapos e da Guerra do Paraguai, dois dos principais conflitos armados do Brasil.
A Guerra do fim do mundo (Mario Vargas Llosa)
Um raro recorte da história brasileira seguindo um olhar estrangeiro, A Guerra do Fim do Mundo é um romance do Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, autor peruano e um dos maiores nomes da Literatura mundial. O romance reconta a história da Guerra de Canudos e de Antônio Conselheiro através deste olhar de fora. O livro é resultado do fascínio do autor após ler Os Sertões, de Euclides da Cunha, que o fez viajar ao Rio de Janeiro e embarcar em uma extensa pesquisa sobre o conflito. O resultado é esta obra que está entre as mais lidas do autor.
As Ilusões Armadas /O Sacerdote e o Feiticeiro (Elio Gaspari)
Estas duas coleções compõem ao todo cinco volumes de um dos trabalhos mais aprofundados e detalhados sobre a Ditadura Militar brasileira já publicados. Compostos pelo jornalista Elio Gaspari, estes cinco livros surgiram a partir de nova documentação entre tantos outros registros revelados por novas investigações e outros até mesmo guardados e passados adiante para o autor por alguns dos próprios atores envolvidos no regime, como Geisel e Delfim Neto. Os livros são cheios de registros documentais, transcrições, fotos e entrevistas sobre estes 21 anos que marcaram a história brasileira recente.
As Barbas do Imperador (Lilia Moritz Schwarcz)
Segundo livro de Schwarcz na lista, a obra As Barbas do Imperador é, ao mesmo tempo, uma biografia do monarca Dom Pedro II; um retrato do cotidiano na Corte do Rio de Janeiro; e a história do Brasil Império, da formação e da consolidação da identidade nacional. O livro traz tudo isso através do olhar de Pedro, um imperador ao mesmo tempo progressista e conservador, moderado e liberal. Suas contradições como governante refletem as contradições do povo e da sociedade brasileira, sempre presa na dicotomia entre desejar ser muito europeia e moderna ao mesmo em que tenta se fazer única e tropical.
A Viagem Do Descobrimento; Náufragos, Traficantes E Degredados; Capitães Do Brasil; A Coroa, A Cruz e A Espada – (Eduardo Bueno)
Esta coleção de quatro livros de Eduardo Bueno foi originalmente lançada durante as celebrações dos 500 anos do Brasil e traz um relato amplo e aprofundado sobre como eram e como operavam os principais atores envolvido com o início da colonização no Brasil: a Coroa, a Igreja Católica, os indígenas e, principalmente, os primeiros imigrantes, em sua maioria exilados e criminosos.