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Projeto vai render aplicativo e videogame | 09.07.22 - 08:00
(Imagem: divulgação)
José Abrão
Goiânia – O ilustrador Wagner Tamborin, mais conhecido como Bág, viu a vida mudar por acaso há oito meses depois de postar um desenho na internet. “Ano passado viralizou aquele meme do bem-te-vi e, como é um animal que fala o próprio nome, teve essa piada de que ele parecia um Pokémon. Então resolvi desenhar o bem-te-vi como se fosse um Pokémon”, diz. Em entrevista exclusiva ao jornal A Redação, Bág contou que foi um passatempo. Era pra ser, né? Mas colocou o desenho no TikTok e bateu 1 milhão de visualizações em poucas horas. Um baita susto!
Isso deu origem à ideia da criação da BágDex, iniciativa que reúne 151 monstrinhos nos moldes de Pokémon, mas que foram inspirados em elementos brasileiros dos mais diversos. O nome vem de PokéDex, também conhecida pelos fãs brasileiros do desenho original dos anos 1990 como Poké-Agenda, um computador que registra dados e informações sobre as criaturas que o protagonista Ash encontrava na natureza.
Wagner, conhecido como Bág, é o criador do projeto (Foto: divulgação)
Natural de Bandeirantes, no Paraná, Wagner tem 28 anos e atua como ilustrador desde 2011, além de ser formado em engenharia de software e se dedicar ao desenvolvimento de jogos. Os internautas pediram por mais monstrinhos e Bág entregou: primeiro fez um baseado na capivara (Capi, nº7 e suas evoluções) e outro no vira-lata caramelo (Caralata, nº13 e suas evoluções). “Logo virou uma bola de neve e aí vi que tinha um potencial grande e passei os oito meses seguintes desenvolvendo os 151 monstrinhos”, relata.
“Me baseio em animais, em plantas, em folclore, em cultura regional, em ditados populares, memes, comidas típicas. Tudo que é do Brasil eu gosto de representar”, revela. E, de fato, além de animais e plantas conhecidas, algumas referências bastante específicas entraram no projeto, como o personagem Etevaldo, do Castelo Rá-Tim-Bum (Bivaldo, nº151).
(Imagem: divulgação)
As ideias são muitas: existem monstrinhos baseados em pastel e garapa; em coxinha e pão-de-queijo; em corote e cachaça; em café e no padrão de tomada brasileiro; em tazos e chinelos Havaianas e até no Zé Gotinha. No que diz respeito a Goiás, ela não podia ficar de fora: temos a Pamonhana, nº 28. Você pode ver um pôster com todos os bichinhos aqui.
Para além da inspiração em Pokémon, o projeto é alimentado também por este fator de nostalgia dos anos 1990. Entre as ilustrações e ideias que podem sair do papel, por exemplo, existe uma coleção de tazos, brincadeira que foi sensação entre a garotada da época e uma completa incógnita para as crianças de hoje. Até o número de monstrinhos faz referência à primeira geração de Pokémon: hoje, a franquia possui mais de 600 criaturas, mas na década de 1990, eram só 151.
O próximo passo da BágDex é transcender de vez a internet e as ilustrações. “Estamos desenvolvendo um aplicativo da BágDex em que vamos colocar todos estes monstrinhos e as informações detalhadas deles. De onde são, no que são baseados, se é um animal em extinção”, explica Bág. Segundo ele, a ideia surgiu a partir de várias mensagens de professores e educadores interessados em usar as criaturas de forma educativa em sala de aula. O objetivo é lançar o aplicativo em agosto.
(Imagem: divulgação)
Indo direto na fonte de inspiração, nos planos também está um jogo eletrônico. “Esse é um projeto grande, com pelo menos 18 meses de desenvolvimento, e faremos a partir de uma campanha de financiamento coletivo que será lançada em breve. O mapa do nosso jogo será inspirado nas regiões do Brasil, nos biomas e na hidrografia, para que tenha esse teor educacional. Vamos representar cidades, cultura, pontos turísticos. Queremos fazer uma enciclopédia gamificada do Brasil”, promete. Se o financiamento correr bem, Bág planeja usar os recursos para bancar outras ideias, como os próprios tazos, um jogo de cartas e um álbum de figurinhas.
Para ajudar a levantar recursos, ele também lançou uma lojinha oficial e um canal no Discord, para manter contato próximo com a comunidade digital. Ele ressalta que tudo tem sido feito sem o envolvimento de terceiros. “É totalmente independente e é um projeto 100% autoral, que eu tenho conduzido nas horas vagas e que quero levar o mais longe possível”.
(Imagem: divulgação)
E pra quem quiser mais monstrinhos, pode ficar tranquilo que é só uma questão de tempo. “O projeto foi forjado na base de sugestões e muita coisa ficou de fora. O Brasil é um país muito grande e diverso. Vamos fazer uma segunda geração com mais 200 monstrinhos, mas no momento vamos dar prioridade para os projetos ao redor da primeira geração”, conclui.