A Redação
Goiânia - Com objetivo de divulgar amplo levantamento sobre as dançadeiras de sussa da fronteira Goiás - Tocantins, a antropóloga e cineasta goianiense Lucinete Aparecida de Morais lançará, em janeiro de 2023, um diagnóstico etnográfico sobre o tema composto por um filme, um livro expedição e uma exposição fotográfica itinerante. A iniciativa foi contemplada pelo edital de Fomento à Dança, do Fundo de Arte e Cultura (FAC), operacionalizado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás).
O documentário “Marta Kalunga” já está circulando em festivais, como a Mostra Clandestina e a Mostra Competitiva de Cinema Negro Adélia Sampaio. Nos dias 16 e 17 de dezembro, ele também será exibido no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS-SP). A cineasta pontua que também tem buscado alternativas de exibição virtual para ampliar o alcance da pesquisa. “O diagnóstico é um importante documento para futuras ações e desdobramentos do registro da sussa como patrimônio imaterial quilombola em Goiás e no Tocantins”, explica.
Segundo Lucinete Aparecida, a motivação para o projeto “Mestras e Mestres da Sussa em Goiás e Tocantins” é buscar conexões entre as histórias de vida, a relação natureza-cultura e a importância desta tradição nas comunidades quilombolas. Foram selecionadas três comunidades goianas e duas comunidades tocantinenses para participar da iniciativa: Comunidade Quilombola Extrema, em Iaciara; Comunidade Quilombola Kalunga Vão de Almas, em Cavalcante; Comunidade Quilombola Kalunga Riachão, em Monte Alegre de Goiás; Comunidade Lagoa da Pedra, em Arraias; e Grupo de Suça Tia Benvinda, na cidade de Natividade.
Sussa
Também é conhecida como Suça ou Sussa, Súcia e Suscia. É um tipo de dança que se configura como um bailado em movimentos circulares dos dançarinos, resultando em um verdadeiro jogo de sedução, beleza e ritmo com seus tocadores e dançarinos vestidos com roupas brancas, e mulheres com saias rodadas em constante movimento entre passos lentos e rápidos.
A dança remete às origens das comunidades quilombolas em Goiás e no Tocantins, e era parte das horas de descanso e diversão após dias de trabalho árduo.
(Foto: reprodução)
