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Literatura

Ademir Hamú lança mais dois volumes da coleção 'De Goyaz a Goiás'

Evento será no Sesc Centro, em Goiânia | 12.06.23 - 09:46 Ademir Hamú lança mais dois volumes da coleção 'De Goyaz a Goiás' Ademir Hamú (Foto: divulgação)Jales Naves
Especial para A Redação
 
Goiânia – O médico, escritor e pesquisador Ademir Hamú vai lançar na próxima quinta-feira (15/6), às 19h30, os volumes 3 e 4 da coleção “De Goyaz a Goiás”, com as biografias de Victor e Hugo de Carvalho Ramos e de Mariana Augusta Fleury Curado (Nita Fleury). Será durante coquetel na Biblioteca do Sesc Centro, em Goiânia, na Rua 15, esquina com a Rua 19.
 
O primeiro volume da coleção, denominada “De Goyaz a Goiás – Biografias Vilaboenses”, lançado em 2013, no Palácio das Esmeraldas, pela Editora Kelps, com quase 500 páginas, em papel reciclado, mostrou as personalidades mais importantes da Cidade de Goiás. O dinheiro da venda foi doado à Fundação Cultural Frei Simão Dorvi.
 
O segundo volume, pela AMS Gráfica e Editora, com 566 páginas, circulou em 2019, com 16 biografias — Agnelo Arlington Fleury Curado, Armênia Pinto de Souza, Aymoré Netto de Vellasco, Célia Valadão, Joaquim Carvalho Ferreira, Joaquim Edison de Camargo, José Edilberto da Veiga, Josélio Gomes Maranhão, Leolídio Di Ramos Caiado, Maria Ludovico de Almeida e Silva, Maria Luíza Póvoa da Cruz, Neusa Moraes, Octo Marques, Pacífica Josefina de Castro (Mestra Nhola), Regina Célia Damasceno e Sebastião de Barros Abreu.
 

Os homenageados
O terceiro volume vai mostrar os irmãos Victor e Hugo de Carvalho Ramos, filhos de Manuel Lopes de Carvalho Ramos, autor do poema “Goyania”, que serviu de inspiração para a escolha do nome da capital; e tem fotos inéditas dos dois gênios da literatura goiana – Victor é o autor de “Mãe-Chi”, nome de sua bisavó, em que tece uma bela crônica, “Dentro da Noite”, resultado de um sonho, que é uma previsão de Goiânia.
 
A obra retrata também a luta e a morte trágica e precoce de Hugo, registrada por Victor, em passagens comoventes, recheadas de amor e dedicação, o que ajuda a elucidar mais ainda a obra do autor de “Tropas e Boiadas”, clássico da literatura brasileira. O livro apresenta “o sertão com suas cores e paisagens únicas, a hostilidade do ambiente, a rudeza dos costumes, o linguajar dos heróis, onde tudo é banhado da luz crua de um realismo palpável e de formas tangíveis”.
 
Outra homenageada é Mariana Augusta Fleury Curado (Nita Fleury), que viveu no final do século XIX e início do século XX; juntamente com sua mãe Augusta de Faro Fleury Curado e sua irmã Maria Paula Fleury de Godoy “soube tirar proveito dessas mudanças do período republicano, em que valores e os costumes estavam agudamente ligados à religiosidade. Cercadas de pessoas cultas e importantes da sociedade, aprenderam a ocupar o espaço público e a serem reconhecidas pelo nível intelectual, ao conciliarem e a romperem com os afazeres domésticos, publicando livros e contribuindo para a nossa historiografia”.
 
Autor e obra
Médico especialista em Dermatologia e Imunologia, Ademir começou a escrever obras relacionadas à Zoologia e Biologia para o vestibular e se tornou poeta. “Travessia de Gente Grande”, “A Ideia da Vaquinha” (infantil), “O Outro Braço da Estrela” e “Bebel” (nome de sua filha) saíram antes dessa coleção, anotou Adalto Alves, no Wordpress. Dedicado ao consultório durante o dia, as suas noites são ocupadas com pesquisas diferentes. Mineiro de Paracatu, vizinha de Cristalina, GO, ele compartilha com os goianos os mesmos hábitos, crenças e a mesma forma de viver. “Somos, todos, acolhedores”, anuncia. Quando pisou na Cidade de Goiás, ele jura que sentiu amor à primeira vista. “Amar uma cidade é amar sua joia mais rara, seu povo”, confessa. Tanto que, para ele, Paris (que também adora) é irmã da pérola do Cerrado. “Ambas são cortadas por um rio. E, por aqui, antigamente, as pessoas falavam francês e tinham hábitos requintados”.
 
Em Paris, ele teve uma ideia inusitada: preparar um roteiro turístico para a irmã de Goiás no molde dos existentes para a Cidade Luz. Paris, afinal, como sua amada goiana, “tem poesia em cada canto e, em cada lugar, há uma história, trágica ou bela”. O catálogo está pronto e guardado. “Pretendo publicá-lo em breve”, diz. Só que a ideia evoluiu por outros rumos. O autor decidiu contar a história da Cidade e do Estado “por meio de biografias, destacando vultos populares, pioneiros e desbravadores que construíram sonhos e ideais, a argamassa de um tempo que se desdobra até hoje”.
 
O primeiro volume é preenchido por 56 biografados, de Alcide Jubé a Zenar Mundim, passando por Ely Camargo e Leopoldo de Bulhões, compondo o que chama de a paisagem humana de Goiás. “Pesquisar a vida das pessoas é algo infinito. Digo que estas biografias são apenas subsídios para alguém publicar um livro para cada uma delas. Há muito para ser contado ainda. A cidade de Goiás é muito rica e as pessoas que estou biografando são especiais”, afirma. O acabamento do primeiro volume durou cerca de um ano.
 
Ademir admite não ser biógrafo nem jornalista, apenas um poeta que faz biografias. Como tal, ele se debruça sobre bibliografias extensas e arquivos históricos, além de contar com a colaboração e a confiança das famílias mencionadas nos livros. “Às vezes sou parado na rua e me perguntam quando o livro vai sair”, conta. Famílias que cederam um estimado acervo fotográfico para as ilustrações. Uma quantidade de informação que o designer gráfico Alessandro Carrijo e a editora de arte Luciana Fernandes organizaram com esmero.
 
“De Goyaz a Goiás” é uma viagem no tempo. “Estou em busca do conhecimento e do tempo esquecido. Seria tão interessante alguém dizer como foi fundada a Academia Goiana de Letras, o Instituto Histórico. E este Coreto, quem fez seu projeto? E esta igreja? Conhecendo o passado, seus exemplos e pioneirismos, podemos sedimentar o presente e o futuro”, acredita Ademir. A justificativa para um volume inteiro com personagens da Cidade de Goiás é simples. “Foi lá que tudo começou. Vila Boa é a gênese deste Estado e do Tocantins. Seus habitantes moldaram tudo. Goiânia, ainda muito nova, tem o aroma vilaboense”.
 
Contrariando Joaquim Graciano de Barros Abreu – que registrou no prefácio do livro “Do Outro Lado do Muro”: “Os grandes vultos goianos nem parece que existiram. Ninguém fala deles. Nem nas escolas” –, Ademir constata que, com um pouco de vontade política, é possível o resgate de quem tanto fez e continua influenciando pessoas. “As instituições públicas, universidades, teatros, academias, foram criados por vilaboenses”. Consciente de que poderia discorrer sobre goianienses ou pirenopolinos ilustres, ele insiste que o que tem a ser feito em Vila Boa é da ordem do incalculável.

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