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História

Cancelada - Exposição abre comemorações dos 150 anos do Tribunal de Justiça

Fotos mostram início da construção de Goiânia | 08.10.23 - 10:37

Jales Naves
Especial para o jornal A Redação
 
Goiânia - As atividades culturais em comemoração aos 150 anos do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás serão abertas no dia 16 de outubro, às 18h, no foyer do auditório desembargador José de Melo Bandeira, Espaço Cultural Goiandira do Couto, com a Exposição Fotográfica ‘Capital do Sertão: Goiânia, 90 anos”, apresentando acervo do Museu da Imagem e do Som, da Secretaria da Cultura do Estado, com 25 trabalhos. O convite para a solenidade de abertura é assinado pelos presidentes do TJ, desembargador Carlos Alberto França, e da Comissão do Sesquicentenário, desembargador Amaral Wilson de Oliveira.
 
Essa exposição de fotos das primeiras construções de Goiânia, comemorando o aniversário de 90 anos da cidade, que ocorre no dia 24 deste mês, “nos proporciona interessante oportunidade de vislumbrar o início desta grande capital e as próprias fotos como documentos históricos e também artísticos”, destacou o professor doutor Aguinaldo Caiado Coelho, da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás, que faz a curadoria desse evento.
 
“Goiânia, aos quase 90 anos, é um pedaço de modernidade cravado no sertão de Goiás”, escreveu o professor doutor Nasr Fayad Chaul, coordenador das atividades culturais desse Sesquicentenário. “Capim em meio ao concreto crescendo desordenadamente por entre bairros e vilas, luz neon em contraste com o entardecer do interior goiano, essa Capital planejada se mistura com a própria história dos anos 30 da História de Goiás”. “Goiânia nasceu para ser Capital, nasceu sem infância histórica, sem adolescência interior, madura demais para tão pouco tempo de criação”.
 
Nome
O aniversário da cidade tem como data inicial o lançamento da pedra fundamental em 24 de outubro de 1933. “É curioso pensar que desde essa época, no início até 1935, Goiânia não tinha ainda um nome. Era tratada como Nova Capital”, ressalta o curador da mostra Aguinaldo Caiado Coelho. “Na verdade, houve um concurso para escolha do nome da cidade e ganhou Petrônia, mas Pedro Ludovico, entendendo que seria pouco ético, não aceitou e escolheu Goiânia. Isso em 1935”.
 
A cidade, “se contrapondo ao tradicional da antiga capital, tinha uma proposta de ser moderna e promissora (em sintonia com “modernidade e progresso”, que era a pretensão do Governo Federal, na época), e tais conceitos foram adotados na construção”, lembra. Os arquitetos que planejaram a Capital foram Atílio Correia Lima, até 1935, responsável pelo Plano Piloto da cidade, e Armando de Godoy, que o sucedeu, e introduziu alterações no projeto.
 
A Praça Cívica foi o marco e a mostra privilegia esse espaço, com várias fotos de diferentes ângulos e momentos, e de prédios públicos, inclusive o antigo Tribunal de Justiça, e alguns particulares. “Foi opção da curadoria mostrar essa cena pioneira, que é difícil, para os jovens que habitam atualmente essa grande metrópole, até imaginar”, completou.
 
Símbolo da ocupação
Resultado de ideias antigas, percorridas pelas vozes dos séculos XVIII e XIX, Goiânia foi surgindo no compasso dos anos 30, na necessidade de projeção política de Pedro Ludovico, por entre os embates políticos contrários à mudança da capital, conduzindo seus passos por entre a carência de verbas e a necessidade de investimentos.
 
“Assim, esse símbolo maior da ‘Marcha para o Oeste’ possibilitou o avanço capitalista para o interior do país, consolidando os planos político-econômicos de Getúlio Vargas e Pedro Ludovico”, destacou o professor Nasr Chaul, “legando-nos uma herança de agrário e urbano que permeou todo o processo sociocultural da capital e fundamentou a criação de símbolos capazes de traduzir sua heterogeneidade, capazes de construir, juntamente com a nova capital, a representação de sua face mais dinâmica, de sua existência mais justificada: a modernidade, tão discutida nos embates acadêmicos, mas que só viria de fato nos ventos do cerrado por sobre a Capital Federal, Brasília”. 

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