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Velharia sonora

Exposição apresenta instrumentos musicais do período medieval e barroco

Mostra está no Sesc Carmo em São Paulo | 28.10.12 - 12:02 Exposição apresenta instrumentos musicais do período medieval e barroco Exposição gratuita com instrumentos medievais está aberta no Sesc Carmo (Foto: divulgação/ABr)
São Paulo – Se você se interessa por instrumentos medievais, uma boa pedida para conhecer mais sobre este assunto é a mostra que está aberta ao público até o dia 27 de novembro no Sesc Carmo, em São Paulo, com entrada gratuita. A exposição Instrumentos da Música Antiga inclui ainda programação com seis palestras e debates até o final da mostra (confira calendário de eventos no final da matéria). Quem visitar o espaço terá a oportunidade de escutar o som produzido pelas peças através de fones de ouvidos instalados ao lado de cada instrumento.


“A música daquela época era feita para salas pequenas. Os instrumentos tinham uma sonoridade mais delicada. É muito bacana fazer [as apresentações] nas igrejas, porque elas têm uma acústica adequada. Eles [os instrumentos] eram feitos para esse ambiente. Com isso, levamos a ideia da performance autêntica ao extremo”, explica Priscila Rahal Gutierrez, responsável pela exposição e supervisora do Núcleo de Ação Cultural do Sesc Carmo.


Priscila explica que, tanto o projeto como a exposição, fazem parte do movimento interpretação autêntica, surgido na Europa, na década de 1960, que buscava retomar a execução original das composições de grandes maestros. “[Surgiu] quando começaram a criticar muito as orquestras que tocavam Bach [Johann Sebastian Bach – 1685-1750] com instrumentos modernos, porque, na verdade, ele não compôs para esses instrumentos. O som que ele fazia não era esse”, relata a supervisora.


Para a exposição, foram selecionados 19 categorias de instrumentos que reúnem 22 modelos como a espineta, equipamento de teclas que foi desenvolvido no início do século 15 por Giovanni Spinetti. De acordo com a responsável pelo projeto, embora lembre um piano moderno, a espineta não deve ser considerada como um antecessor dele, tendo em vista que eles conviveram por mais de meio século e conservam características específicas. Enquanto no piano as cordas são marteladas, no instrumento antigo as cordas são beliscadas por uma “unha” feita com o talo de uma pena de ave.


“A espineta não tem muita possibilidade de fazer dinâmico, que é a diferença entre sons fortes e fracos. No piano, a força é diferente de acordo com a tecla. De fato, o piano passou a permitir mais recursos. Mas Bach não conhecia o piano moderno quando produziu suas peças”, explica Priscila Rahal. Além da espineta, a exposição traz, no grupo dos instrumentos de tecla, o cravo. A principal diferença entre eles é a posição das cordas em relação ao teclado. No primeiro, o ângulo é 30 graus, no segundo o ângulo é 90 graus.


A exposição divide os instrumentos em quatro grupos: teclas, sopro, cordas dedilhadas e cordas friccionadas. O clarinete barroco é um dos exemplares dos instrumentos de sopro. A supervisora explica que, apesar do equipamento existir atualmente, a principal diferença é a presença das chaves no lugar dos furos, que eram tampados pelos dedos dos músicos. “Tem peça de Mozart que ele compôs para esse clarinete, em que a troca de dedos é dificílima. Eram peças virtuosísticas que hoje são mais fáceis de tocar”, comparou.

Dentre os instrumentos de cordas, o representante comercial Felipe Bruno Silva, 28 anos, considerou a viela de roda um dos mais curiosos. “Nunca tinha visto nada parecido. E o som parece daqueles filmes antigos de guerra da Idade Média”, lembrou. A viela de roda faz parte do grupo de instrumentos de cordas friccionadas, as quais são tensionadas por uma roda movida a manivela e alteradas por um teclado. Os visitantes da exposição podem conferir o som de cada instrumento por meio de fones de ouvido.

Como parte da exposição, a igreja Nossa Senhora da Boa Morte, na rua do Carmo, receberá o concerto A Família Bach no próximo dia 30, a partir das 12h. A apresentação será constituída por flauta doce, violoncelo e cravo, reunindo repertório do século 18. Além do concerto, o projeto inclui bate-papos com instrumentistas que vão apresentar de forma mais detalhada os equipamentos.

Confira a programação da Exposição Instrumentos da Música Antiga

Dia 29/10: Roberto Holz. O luthier fala sobre construção de instrumentos de sopro como a flauta, o chalumeau e o Krummhorn.

Dia 31/10: Roberto Imai. Repertório, história e demonstração da viola da gamba.

Dia 05/11: Cesar Guidini. O luthier mostra instrumentos de teclas da música antiga: sua construção e funcionamento.

Dia 07/11: Delphim Rezende Porto. O cravista apresenta a contextualização histórica do Cravo Seiscentista, além de fazer demonstrações.

Dia 12/11: Eduardo Klein. O músico fala do Lirone, instrumento de corda antigo, pouco conhecido do público em geral.

Dia 14/11: Nathalia Domingos. A flautista faz demonstrações em diferentes tipos de flautas, tanto renascentistas quanto barrocas, e conversa com o público.

Serviço:
Exposição Instrumentos da Música Antiga
Onde: Sesc Carmo (Rua do Carmo, 147, Sé, São Paulo)
Quanto: Entrada gratuita
Mais informações: (11) 3111-7000


Comentários

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  • 08.12.2012 08:57 Maria Nisia Cruvinel Horta

    Muito legal. Toco espineta, copia de uma inglesa fabricada pelo Abel Vargas. Temos tbem um grupo de musica antiga, A cançao das iluminuras, bem interessante com varios instrumentos ,copias daqueles medievais. Parabens pela iniciativa. O publico em geral tem muita curiosidade em conhece-los.Abraços e sucesso .Nisia(sou de Belo Hoizonte)

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