Adriana Marinelli
Goiânia - Ex-secretário de Cultura de Goiânia, Zander Fábio afirmou à reportagem do jornal A Redação que a demissão do maestro Eliseu Ferreira do comando da Orquestra Sinfônica de Goiânia foi feita após orientação da advocacia setorial da Secretaria Municipal de Cultura (Secult) "para que sejam feitas algumas apurações de denúncias em relação à sua gestão junto a corregedoria e Ministério Público". Eliseu foi exonerado do cargo na sexta-feira (5/4), mesmo dia que Zander deixou a pasta da Cultura para se dedicar à pré-candidatura a vereador na capital.
"Tais denúncias [envolvendo Eliseu] se referem a nepotismo, visto que ele contribuiu para que três sobrinhos entrassem na Orquestra como prioridade na contratação. A Secult recebeu também denúncias de assédio moral por parte não só do ex-maestro, como também da diretoria da Orquestra", afirmou Zander. "Outra questão em apuração é a realização de uma apresentação da Orquestra em um grande shopping da Capital, com suposto recebimento de cachê, o que viola todas as leis municipais que regem a Orquestra", completou o ex-auxiliar do prefeito Rogério Cruz.
Por meio de nota, Zander destacou que todos os projetos e concertos realizados pela Secult com a Orquestra "foram sugeridos pela própria diretoria da Orquestra". "Nunca o contrário. Portanto, a Secult recebeu, avaliou e realizou dentro das possibilidades".
"A nomeação da maestra Katerine de Sousa Araújo reafirma a política da gestão do prefeito Rogério e minha gestão (Zander) de dar novas oportunidades e valorizar mulheres capacitadas na administração municipal. Sigo à disposição para esclarecimentos e quaisquer necessidades sobre o tema citado. Reafirmo que a conduta do ex-maestro segue sendo apurada", arrematou o ex-secretário no texto enviado ao AR.
Apesar de ter sido exonerado do cargo comissionado de maestro da Orquestra Sinfônica, Eliseu segue na gestão municipal, já que é funcionário efetivo da Prefeitura de Goiânia, no cargo de analista de cultura.
À reportagem do jornal
A Redação, Eliseu Ferreira destacou que, diferente do que alega o ex-secretário, a demissão teria cunho pessoal. "
A advocacia setorial não tem nada a ver. É uma perseguição pessoal do próprio ex-secretário. Tenho um sobrinho que é regente assistente que é uma assumidade no que faz e sua nomeação foi feita pelo ex secretário Kleber Adorno. Sobre assédio moral é só perguntar aos membros da Orquestra", afirmou. "A apresentação no shopping foi negociada e autorizada pelo próprio secretário e pelo prefeito. Só cumprimos ordens", completou.
Em nota, Eliseu destacou que está à disposição para qualquer esclarecimento. "Minhas contas e meu sigilo telemático estão abertos e à disposição dos órgãos de controle. E o secretário teria coragem de fazer o mesmo? Ele sempre esteve envolvido em corrupção. Há uma série de dossiês contra ele correndo na Câmara de Vereadores. O tempo dirá", arrematou.
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