Iuri Godinho
Especial para o A Redação
Goiânia - Ouvi falar mal do Coringa 2, chamado de Delírio a Dois. Gostei mais do 2 do que do 1, mesmo sendo ele pior. Para começar é um antimusical, um musical improvável em uma história de violência, com um mínimo de coreografia em cada canção (todas clássicas) lindíssima. Lady Gaga é uma Arlequina com voz potente, sem carisma ou loucura. E ainda faz aquela palhaçada no final.
O Coringa está mais contido, entre a loucura e a quase sanidade. Esperamos todo o tempo o personagem que mete o louco, mas ele nunca aparece. Ou seja, o Coringa 2 é o antiherói do antiherói. Mais profundo: ele é o personagem mais frágil, sempre no limiar da explosão. O antiviolento, o antipsicopata.
O enredo não se desenvolve, a história não anda. Foi feita para o teatro. É uma antihistória passada 90% atrás das grades da prisão. Quando o Coringa finalmente sai, no final, vem o anticlímax. Tudo que se espera de um psicopata é justamente o que jamais acontece.
Nota 10. O Coringa 2 é um delírio sem nunca entregar o que se espera dele (há apenas uma morte, a menos esperada). Deverá gerar um prejuízo de proporções bíblicas. As poucas pessoas que não se desestimularem em assistir pelas críticas, sairão frustrados porque ele é genial demais para ser entendido. Os que se propuserem a sentar e assistir, sairão com falta de ar do cinema.
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