Cartório em Goiás lança exposição de arte com Siron Franco e Rossana Jardim

José Abrão

Goiânia - A primeira coisa que vem à mente quando se pensa em um cartório certamente não é arte: se pensa nas filas, na burocracia, na espera, um ambiente quase sem cor. O Projeto Raízes do Futuro, porém, visa transformar exatamente isso, tornando o espaço do Cartório Goiano, na cidade de Goianápolis, um local vibrante e cheio de cores. O lançamento oficial está marcado para às 19h desta sexta-feira (15/8) no próprio cartório, que fica no Centro do município.

Este será o primeiro passo para um projeto maior e permanente envolvendo o espaço cultural criado dentro do cartório, que passa a abrigar exposições, atividades educativas e ações de valorização da identidade goiana. A proposta é transformar o ambiente cartorário em um ponto de encontro da população local com a cultura.

Idealizado pelo tabelião Paulo Augusto Amorim, que enxerga o cartório para além da burocracia: como um espaço de transformação na vida das pessoas. "Eu penso que o cartório é um ponto de encontro de toda a sociedade. Você atende desde a pessoa mais humilde até a pessoa com maior poder aquisitivo. Você tem todos os tipos de classe social. Então ali é um ponto de encontro e também um ponto de transformação social. Não é um lugar só de resolver problemas, é um lugar de você encontrar soluções e facilitar a sua vida", afirma.

A programação de estreia conta com a exposição “Raízes”, reunindo obras de renomados artistas goianos como Siron Franco, Nayò, Chico Silva e Rossana Jardim, que dialogam com temas como ancestralidade, meio ambiente e identidade regional. As obras estarão disponíveis para visitação gratuita, aproximando o público da produção artística local e incentivando o acesso à arte no interior do Estado.
 

Obras 'Ipê', de Siron Franco, e 'O mar me chama nos meus sonhos', de Nayó (foto: divulgação)

O espaço tem quase 400 metros quadrados e quem chegar ao cartório já vai dar de cara com a exposição. "Essas obras vão ficar expostas para a população, como uma arte acessível, direta e sem interrupções, sem cobrança alguma, é para que as pessoas possam vir e apreciar a arte", assegura Amorim.

Esta primeira etapa do projeto foi pensada a longo prazo: a visitação das quatro obras fica em cartaz até 14 de novembro e depois essas obras serão leiloadas e terão seus valores encaminhados para instituições de caridade. Nesta sexta, já de olho no futuro, o projeto lança o próximo edital da exposição, dando o passo seguinte em manter este espaço cultural sempre ocupado e em funcionamento.

Nesta primeira exposição, cada artista trabalhou um dos quatro elementos: fogo, água, terra e ar. A artista Rossana Jardim, cuja obra é "Qual é a cor do ar?", disse que há algum tempo começou a ver o cartório de outra forma e explica: "o cartório é onde estão os registros da nossa história". Ela diz que ficou honrada com o convite e por ser um projeto tão diferente: "é algo inovador, não tem outro projeto igual no Brasil". A artista também gostou do desafio: como pintar o ar?
 

Obras 'O fogo que nunca acaba', de Chico Silva, e 'Qual é a cor do ar?', de Rossana Jardim (foto: divulgação)

"Eu quis destacar várias atitudes em que a gente precisa do ar, quer dizer, nós precisamos mesmo do arpara viver. Então são palavras que têm a palavra ar, por exemplo, cantar. E no sentido de não ter essas atitudes, cantar, caminhar. Você caminha, você precisa de ar. E na tela também, as linhas, elas formam a palavra ar", conta ela sobre sua obra.

Além da mostra, o Projeto Raízes do Futuro prevê ações contínuas, como rodas de conversa, oficinas, palestras e atividades para escolas, fortalecendo o vínculo entre o cartório e a comunidade. A ideia é que o espaço seja dinâmico, recebendo novos artistas e temas ao longo do ano, sempre com entrada franca.

Serviço
Lançamento do Projeto Raízes do Futuro

Data: Sexta-feira, 15, às 19h

Local: Cartório Goiano/Tabelionato de Notas e Protestos de Goianápolis – Avenida João Maximiano de Souza, 449, Centro – Goianápolis/GO

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