A Redação
Goiânia - No mês da Consciência Negra, série audiovisual lança cinco episódios com artistas que reafirmam a ancestralidade e a potência da Música Preta Brasileira. A força ancestral de mulheres negras volta ao centro da cena na terceira temporada de Diaspóricas, série documental que estreia no próximo 24 de novembro, no YouTube. Com episódios lançados semanalmente, a produção consolida Goiás e o Centro-Oeste no mapa da música brasileira ao dar protagonismo a artistas que dialogam com tradições matriarcais, sonoridades e expressões culturais que ecoam o Brasil profundo.
Com o tema “Matriarcas”, a nova temporada amplifica vozes femininas da música de Goiânia e Brasília, conectando suas trajetórias com referências matriarcais: mães, avós, tias, mestras e guardiãs de saberes que atravessam gerações. Em cinco curtas-metragens documentais, Diaspóricas percorre o jazz, a música de concerto, o coco do cerrado, o maracatu e o coco de folia, revelando rotas de resistência e invenções estéticas.
Primeiro episódio: música e coletividade
Dirigida por Ana Clara Gomes, a estreia da temporada apresenta Milca Francielle, cantora, sambista e uma das vozes mais potentes da cultura popular em Goiás. Com trajetória marcada pelos ritmos afro-brasileiros e pelas tradições comunitárias, Milca é referência do coco de folia em Goiânia, expressão que mistura ritmos nordestinos com celebrações populares de Goiás, como a folia de reis.
No primeiro episódio, a artista revisita memórias sobre a vida em comunidade que impulsionam sua caminhada, assim como a musicalidade herdada de casa, presente nos sambas que moldaram sua identidade de mulher negra. Ao mesmo tempo, enquanto mãe de duas crianças, Milca também se reconhece no lugar de matriarca, mantendo vivo fundamentos da vida em coletividade e possibilitando a continuidade de tradições na criação de seus filhos, como representantes de novas gerações.
Além de Milca Francielle, cada episódio é protagonizado por uma artista cuja trajetória dialoga com referências matriarcais: Marlene Souza Lima, guitarrista, compositora e uma dasmaiores referências femininas do jazz brasileiro; Katarine Araújo, maestra e pianista com trajetória internacional, desafiando estruturas da música de concerto; e Martinha do Coco, mestra griô e guardiã das tradições populares, que expressa ritmos nordestinos no coração do Cerrado, em Brasília.
Assim como no episódio inaugural, toda a temporada é marcada pela trajetória de vida das musicistas, com performances musicais e corporais que exploram a relação entre cada artista como parte de uma grande árvore. Uma personagem simbólica, concebida matriciais que evocam mães, filhas, avós e orixás, conectando as histórias em um mesmo fio ancestral.
O quinto e último episódio, previsto para 22 de dezembro, apresenta um encontro musical inédito, que une as quatro artistas em cena pela primeira vez. Uma experiência sonora criada especialmente para a série, marcada por improvisos, composições inéditas e arranjos colaborativos que traduzem a diversidade musical das protagonistas.
Serviço
Quando: 24 de novembro de 2025
Datas de lançamento de cada episódio: 24/11, 01/12, 08/12, 15/12 e 22/12