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Cores que Nos Unem

Educadora Loide Oliveira lança cartilha de letramento racial em Anápolis

Evento ocorre na Galeria Antônio Sibasolly | 21.11.25 - 20:14 Educadora Loide Oliveira lança cartilha de letramento racial em Anápolis Educadora Loide Oliveira lança cartilha de letramento racial em Anápolis. (Foto: Divulgação)
 
A Redação

Goiânia
- A educadora anapolina Loide Oliveira Silva lança, no dia 27 de novembro, às 19h, na Galeria Antônio Sibasolly, a cartilha “Cores que Nos Unem – Vamos falar sobre letramento racial?”. O material, produzido em coautoria com a historiadora Talita Michelle de Souza, oferece orientação prática para professores, famílias e crianças sobre como identificar, repensar e substituir expressões linguísticas carregadas de racismo estrutural. 
 
Segundo Loide, a cartilha nasce de uma urgência cotidiana. “O racismo muitas vezes se manifesta nas pequenas falas, nos apelidos, nas expressões que repetimos sem perceber. Quando ensinamos as crianças a nomear isso, ensinamos também a não naturalizar a violência”, afirma.
 
O conteúdo inclui marcos legais, atividades pedagógicas, jogos e explicações sobre termos que reforçam desigualdades. Com linguagem lúdica, afetuosa e acessível, a cartilha reúne expressões amplamente usadas no cotidiano como “cor de pele”, “serviço de preto”, “humor negro”, “mercado negro”, “cabelo ruim” e outras  detalhando suas origens, impactos e alternativas não discriminatórias. 
 
Cartilha
O material também apresenta personagens, desafios e atividades que valorizam a identidade negra, fortalecem a autoestima infantil e promovem o letramento racial desde os primeiros anos da escolarização. A publicação reforça que “a linguagem que circula nas escolas não é neutra e, quando negligenciada, perpetua violências”, assim destacando o papel da educação básica no combate ao racismo.
 
Para ela, o lançamento da cartilha é mais que uma entrega pedagógica: é um posicionamento político e social. “Quando educamos nossas crianças para reconhecer e combater o racismo, estamos construindo um futuro mais digno para elas. A infância é o solo mais fértil que existe, e o letramento racial é um cuidado, um chamado e uma responsabilidade coletiva”, explica.
 
Exposição 
O lançamento da cartilha será acompanhado pela abertura da exposição “Cores que Nos Unem”, uma ocupação artística que apresenta ilustrações, trechos da obra e painéis educativos inspirados nos pilares do projeto: identidade, pertencimento e protagonismo. A proposta é aproximar o público, especialmente crianças, de uma narrativa visual que valoriza a ancestralidade africana e estimula a reflexão sobre linguagem, convivência e respeito.
 
A autora destaca o papel das imagens no processo pedagógico. “A criança aprende pelo olhar, pela cor, pela identificação. A exposição é uma forma de dizer a cada menino e menina preta: você pertence, você importa, sua história é importante”, enfatiza.
 
A mostra foi construída para dialogar com o conteúdo da cartilha, reforçando que o enfrentamento ao racismo também se faz pelas imagens, pelas histórias e pela representação das infâncias negras.
 
Sobre a idealizadora
Loide Oliveira transforma a educação infantil em espaço de resistência. A trajetória da professora é marcada pelo compromisso com políticas educacionais sociais, antirracistas e de proteção à infância. Sua atuação na vida pública começou em 2009, como orientadora social no programa federal ProJovem, voltado à reinserção de jovens em situação de vulnerabilidade nas redes de ensino, por meio de atividades educativas, culturais e de cidadania.
 
Posteriormente, Loide assumiu a coordenação pedagógica do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), onde desempenhou papel fundamental na defesa dos direitos de crianças e adolescentes expostos à exploração. Sua experiência acumulada reafirmou a convicção de que a transformação social começa na infância, convicção que ela leva, diariamente, para dentro da sala de aula como alfabetizadora da Rede Municipal de Ensino de Anápolis.
 
Além da atuação direta com crianças, Loide é idealizadora do projeto Trilhas de Resistência, iniciativa fundamentada na Lei 10.639/2003, que defende a municipalização da política de educação antirracista em Anápolis. Entre as propostas defendidas por ela está a criação de um Núcleo de Pesquisa em História da África, Cultura Afro-Brasileira e Indígena, que serviria de base técnica permanente para orientar as escolas da rede municipal.
 
A educadora também integra o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR), onde atua como diretora, e participa de iniciativas de valorização cultural, como o Cine Negro, promovido pela Rede Municipal de Ensino. Acadêmica de formação, Loide é pedagoga e especialista em Ensino Interdisciplinar, com foco em Direitos Humanos e Infância pela Universidade Federal de Goiás.
 
Serviço: Lançamento da cartilha e abertura da exposição “Cores que Nos Unem”
Data:  27 de novembro, às 19h
Local: Galeria Antônio Sibasolly – Anápolis (GO)

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