Yuri Lopes
Goiânia - Depois de ter teatro, prédio do centro histórico de São Paulo e Centro de Cultura Judaica como cenários da celebração gastronômica do chef paulista Raphael Despirite, chegou a vez do Centro Cultural Oscar Niemeyer ser o ambiente do Fechado Para Jantar, que será realizado pela primeira vez fora de São Paulo, nesta quinta (18/4) e sexta-feira (19/4).
A proposta do evento é promover jantares informais em clima intimista e interativo. "Queria que as pessoas se sentissem na minha casa e que tivessem a liberdade para abrir um vinho ou uma cerveja", disse o chef Raphael, responsável pelo comando do Marcel, tradicional restaurante francês de São Paulo. O chef que veio a Goiânia faz parte da terceira geração da família a gerenciar o local, que foi aberto há 58 anos.
O Fechado Para Jantar foi idealizado por Raphael para ser um momento de diversão tanto para quem participa, quanto para ele, que está no comando das panelas. Para isso uma cozinha é montada no meio do “salão” e permite que o chef interaja com os participantes, que são servidos pessoalmente por ele e pelos sub-chefs. Adegas e geladeiras de cervejas estarão dispostas para que cada um se sirva e deguste as bebidas como preferir. Tudo incluso no valor pago pelo convite.
Depois de Goiânia, o evento volta para São Paulo, onde será realizado em uma livraria, depois Rio de Janeiro, Fortaleza e Brasília.

Um dos pratos servidos em edição paulistana do Fechado Para Jantar (Foto: Dani Derani)
Inspiração europeia
A ideia de reunir pessoas que se interessam por gastronomia aliada a um bom papo, conversas, e troca de experiências foi inspirada nos superclubs, que é o hábito de receber gente (conhecida ou não) em casa e cobrar um valor fixo por refeição. Esta iniciativa já é modinha na Europa e começa a ganhar força no Brasil.
"Quando pensei em criar o Fechado Para Jantar, quis fazer um evento que fosse mais do que um simples jantar. Imaginei um jantar com arte, música (jazz, no caso), e, no caso de Goiânia, um desfile de moda", contou Raphael. Segundo ele, o objetivo dos jantares é proporcionar o que ele define como "um condensado de várias experiências. "Eu quero que quando alguém perguntar onde a pessoa foi, que ela responda que participou de algo diferente e interessante", declara o chef.
O menu
Para as duas noites de Goiânia, o chef preparou um menu degustação que inclui: um rodízio de black angus com redução de vinho, um ravioli de mandioquinha e baru (oriundos de produtores goianos), bacalhau com raspas de Bonito Seco, uma espécie de atum que depois de seco e ralado o efeito da cor amadeirada faz parecer que a comida se mexe, e mini hamburguers de pato. Entre um prato e outro, o participante pode beber uma cerveja, abrir um vinho, conversar ou tirar alguma dúvida.

Fechado Para Jantar realizado no Centro de Cultura Judaica, em São Paulo (Foto: divulgação)
Curvas no prato
A apresentação do prato também receberá cuidado especial do chef. “As linhas da arquitetura contemporânea presentes no Centro Cultural Oscar Niemeyer será a inspiração”, explica ele, que esteve em Goiânia para conhecer o lugar que sediará o evento. Para Raphael, a escolha tem tudo a ver com o conceito do Fechado para Jantar, que escolhe lugares inusitados para se instalar. “A ideia é que seja mais que um jantar, é uma experiência sensitiva com a interação do vinho e o design dos pratos”.
A ambientação será feita com elementos regionais em meio a um conceito underground. Durante os jantares, modelos vão desfilar roupas comercializadas pelo Farfetch, um dos maiores sites de venda de marcas ultra-premium. Os participantes poderão conferir o som de smooth jazz, feito em trio de bateria, saxofone e violão.
Sobre o chef
Raphael Despirite iniciou a carreira gastronômica aos 14 anos como ajudante de cozinha nos bastidores do restaurante de sua família, o Marcel. Foi estudar na França e se formou na École Ritz Escoffier, escola de gastronomia do renomado Hotel Ritz, de Paris.
Eleito chef revelação pela revista Prazeres da Mesa em 2007, Raphael faz uma cozinha focada no estudo de novos produtos aliando conhecimentos de biologia e botânica às técnicas da cozinha moderna.