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Censura ou não?

Alceu Valença escreve texto sobre polêmica das biografias não autorizadas

Caetano, Gil e Roberto Carlos querem proibir | 10.10.13 - 10:37 Alceu Valença escreve texto sobre polêmica das biografias não autorizadas Alceu Valença se posicionou contra a proibição da publicação de biografias não autorizadas (Foto: divulgação/Costa do Sauípe)
Yuri Lopes

Goiânia
- Com a entrada de Caetano Veloso e Gilberto Gil para o time de Roberto Carlos na defesa da proibição de biografias não autorizadas, muita gente se posicionou nas redes sociais e em artigos publicados em jornais, a maioria contra a decisão dos dois ícones da música brasileira.

O músico Alceu Valença fez como o biógrafo de Clarice Lispector, Benjamin Moser, e escreveu um texto sobre o que pensa sobre o assunto. A íntegra você confere abaixo:

Sobre a polêmica das biografias

Pare, repare, respire, reveja, revise sua direção... Eu compus essa letra para o disco Maracatus, Batuques e Ladeiras, que lancei em 1994. Desde ontem, um assunto tomou conta dos meus pensamentos. No fim da manhã, recebi um telefonema de uma jornalista que solicitava minha posição acerca da polêmica que vem acontecendo em torno da autorização ou não de biografias. Como já estava na hora de buscar meu filho no colégio, pedi para ela me ligar à tarde. Dali em diante, fiquei remoendo o assunto e aguardando seu novo contato, o que não veio a acontecer.

A questão não é simples. Pesei costumes e comportamentos. Refleti sobre o tempo e a história. Considerei valores e conceitos. Cheguei a uma conclusão que envolve 4 pontos essenciais:

Ética. O assunto até parece démodé, mas deveria estar intrinsecamente no centro de diversas situações que vivemos hoje em dia. Inclusive, neste caso. Óbvio que o conceito é subjetivo e, até, utópico. No entanto, sem a sua prática, o desequilíbrio é evidente. Fala-se muito em biografias oportunistas, difamatórias, mas acredito que a grande maioria dos nossos autores estão bem distantes desse tipo de comportamento. Arrisco em dizer que cerceá-los seria uma equivocada tentativa de tapar, calar, esconder e camuflar a história no nosso tempo e espaço. Imaginem a necessidade de uma nova Comissão da Verdade daqui a uns 20 anos...

Assim entramos em outro conceito, igualmente amplo, delicado e precioso: liberdade de expressão. Aliás, tão grandioso que deveria estar na frente de qualquer questão. O que é pior: a mordaça genérica ou a suposta difamação?

Eficiência e celeridade processual são princípios que devemos reivindicar para garantia dos nossos direitos. Evitar a prática de livros ofensivos e meramente oportunistas através do Poder Judiciário é uma saída muito mais eficaz e coerente com os fundamentos democráticos.

Definitivamente, a questão não é financeira. A ideia de royalties para os biografados ou herdeiros me parece imoral. Falem mal, mas me paguem...(?) é essa a premissa??? Nem tudo pode se resumir ao vil metal! 

Com todo o respeito pelas opiniões contrárias, este é o meu posicionamento. Viva a democracia!

Comentários

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  • 11.10.2013 09:42 Horlando haleRgia

    Na polêmica sobre as biografias não autorizadas parece que alguns ficaram preocupados (ou voltados) apenas para os grandes nomes da música. Esqueceram de grupo muito mais importante! Deixo aqui minha singela sugestão. Que tal os biógrafos começarem a fazer biografias de si próprios ou entre si? Hein? E indo fundo, sem restrições! E doando todo o lucro pela vendagem aos pobres! Que tal? Puxa, gente, é tudo em nome da liberdade e expressão!

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