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Entrevista

Pedro Andrade conta como foi escrever o "Melhor Guia de Nova York"

Jornalista explicou paixão pela cidade | 14.03.14 - 08:57 Pedro Andrade conta como foi escrever o "Melhor Guia de Nova York" Pedro Andrade usou experiência de 17 anos em Nova York para escrever guia da "Capital do Mundo" (Foto: Aydin Arjomand/Vira Comunicação)
Yuri Lopes

Goiânia
- Morador de Nova York há 17 anos, o jornalista e apresentador do Manhattan Connection, na Globo News, Pedro Andrade é definido pelo colega de atração Lucas Mendes como o melhor guia de Nova York. Pois este "título" acabou sendo o nome do livro escrito e fotografado pelo próprio Pedro, lançado pela Editora Rocco e que já está nas livrarias de todo o Brasil. 
 
Além de integrar a bancada do Manhattan Connection todos os domingos, Pedro acumula os cargos de apresentador de um programa matinal e diário na ABC Fusion, ao vivo, direto de Miami.
 
Em entrevista ao jornal A Redação, Pedro contou sobre a fascinação instantânea por Nova York, explicou o diferencial de seu guia para outros livros do gênero, relembrou as fases que teve de passar para chegar ao atual status e confirmou a máxima de que lugar caro não é sinônimo de comida boa ou ambiente agradável. Confira a seguir a íntegra da entrevista sobre o guia que levou mais de dois anos para ser feito e é dedicado a todos os tipos de turistas.
 
 
A Redação - Quando foi sua primeira viagem para Nova York? O que você usou como guia para se orientar pela cidade?
 
Pedro Andrade - Falo da primeira vez que botei os pés em NY na introdução do livro. Estava fazendo intercâmbio na Virginia quando minha avó comprou uma passagem de trem para visita-la em Manhattan. Já era apaixonado por NY antes mesmo de chegar na cidade, mas, os primeiro momentos saindo da Grand Central (estação ferroviária na rua 42) vão ficar marcados na minha memória por toda minha vida. Naquela época não usei um guia pois estava acompanhado de parentes que me mostraram a programação deles, no entanto, lembro bem de quanto fiquei impressionado com o Metropolitan, Central Park, Times Square e com as ruas do SoHo.
 
 
Existem vários guias, alguns até gratuitos. Qual é o diferencial do “melhor guia de Nova York” em relação aos outros?
 
 
O que não falta hoje em dia no Mercado, são guias focados em Nova York. Não faria sentido elaborar um projeto igual a muitos outros nas prateleiras. Este é um guia extremamente pessoal. Escrevi cada palavra, tirei cada foto e acompanhei cada etapa do processo. Acredito que o fato de eu ter chegado em NY doze anos atrás, sem grana, sem conhecer qualquer pessoa e ter passado por muitos “perrengues”, me deu uma visão da cidade totalmente distinta da “Capital do Mundo” em que vivo hoje.    Aos poucos aprendi a ver encantos sem dinheiro, sem estar familiarizado com Manhattan e absolutamente sozinho, mas, também tive a capacidade de ir me apaixonando por outras facetas da “Capital do Mundo” (com mais conforto, contatos, acesso a lugares exclusivos e experiências privilegiadas). O livro foge dos padrões “item por item” da maioria das publicações focadas em turismo (exemplo: Restaurante japonês: Nobu, Soto, Yasuda, etc…). Nele, eu foco em um estilo mais individual onde conto histórias minhas, mostro locais que só quem mora aqui conhece, e proponho programas que o leitor não vai encontrar em outros guias.
 
 
Você é muito solicitado por amigos quando eles vão para Nova York?
 
Muito. Por amigos, parentes, conhecidos e “desconhecidos”. Não reclamo, pois ao meu ver isso é um sinal de que desenvolvi um trabalho bem feito. Fico lisonjeado em saber que muita gente associa Nova York a mim. Assim como em qualquer lugar, conhecer gente que mora na cidade, ajuda muito no planejamento da viagem, no entanto, tenho a convicção de que meu livro substitui esta carência de ter que conhecer alguém para evitar maiores furadas. O guia também tem uma pegada comportamental onde faço sugestões relacionadas a como conseguir reservas em restaurantes de difícil acesso, onde encontrar bares escondidos, promoções relâmpago em lojas da Quinta Avenida  e como entrar em boates disputadas.

Capa do guia escrito e fotografado por Pedro Andrade por mais de dois anos (Foto: divulgação)
 
 
Quando foi que surgiu a ideia de colocar as suas experiências e dicas em um livro? Foi vontade sua ou convite da editora?
 
Sempre gostei de escrever e a ideia de fazer um livro já existe há um bom tempo, mas, no início, achava que o tema seria minha família (cheia de peculiaridades). Com o tempo, me apaixonei por NY e tive vontade de compartilhar com as massas, alguns dos - muitos - motivos pelos quais desenvolvi este amor pela “Big Apple”. Além disso, foi uma forma de agregar as histórias, curiosidades, dicas e informações que aprendi nesses 12 anos morando aqui. O processo levou mais de dois anos… NY se recicla com muita frequência, e fazer um guia que não ficasse datado em meses, foi um desafio. No entanto estou muito feliz com o resultado.
 
 
Quando está em Nova York você costuma sair sem rumo definido para comer, se divertir e passear ou sempre sai de casa com um roteiro em mente?
 
No guia menciono que todo mundo deve programar a ida a NY com pelo menos um dia sem plano algum… Acorde cedo e vá bater perna e descobrir a cidade de forma intuitiva e orgânica – é uma experiência absolutamente distinta do que a gente imagina. Sou o que os americanos chamam de “creature of habit” (criatura de hábito) – Acordo no mesmo horário sempre, passeio com meu cachorro no mesmo quarteirão, como nos mesmos locais, malho na mesma academia e assim por diante, mas, semanalmente, me forco a experimentar uma rotina nova, descobrir novos sons, sabores, cores, festas e bairros. Isto é saudável não só em NY, mas em qualquer lugar do mundo.
 

Caio Blinder (dir), Lucas Mendes (centro) e Pedro Andrade na bancada do Manhattan Connection (Foto: divulgação)
 
Qual exemplo daquela máxima de que preço alto não é sinônimo (obrigatório) de qualidade? Em quais lugares você comeu e passeou sem ter que usar o limite do cartão para pagar a conta?
 
São tantos… Dedico um capítulo inteiro a Nova York em conta. Ninguém precisa gastar muito para ter uma viagem inesquecível… De comida de rua a museus com entrada gratuita passando por patinação de graça a bares servindo cerveja local (e gelada) por 2 dólares. A hospedagem não é muito acessível, no entanto, faço algumas sugestões bem menos caras que a média.
 
 
Você sofreu por não colocar tudo o que queria no guia ou foi tranquilo selecionar as suas dicas?
 
Nova York é a cidade mais rica, variada e competitiva do mundo. Teria o suficiente para escrever muitos guias sobre a “Big Apple”, mas escolhi qualidade em vez de quantidade. Selecionei a dedo o que havia de melhor para todos os tipos de visitantes. Gente que viaja em grupo, gente que viaja sozinha, que esta atrás de romance, compras, arte, cultura, etc… Fiz um apanhado da nata de Nova York e compartilhei com vocês.


Pedro Andrade na bancada no The Morning Show, na ABC Fusion (Foto: divulgação) 
 
Por quanto tempo você trabalhou na construção do guia? Contou com ajuda de mais alguém?
Fiz o guia sozinho. Queria que ele fosse coerente com a minha linguagem. O texto é muito linear, como a minha fala - quem me conhece sabe que o tom é semelhante a um papo informal comigo. Foram dois anos e meio de muita disciplina, suor e dedicação.
 
  
Em quais empregos você já trabalhou em Nova York até chegar ao posto de apresentador do Manhattan Connection e da ABC Fusion?
 
Cheguei em NY sem grana ou contatos. Comecei de baixo… Fui bartender, carregador de gelo, guarda volumes e modelo até, depois de muita procura, conseguir uma oportunidade pequena em um site desconhecido que nem mais existe. Na minha carreira, nada caiu do céu… foi tijolo em cima de tijolo; passo a passo e hoje em dia falo com convicção que uma carreira sólida não se constrói com atalhos ou pulando etapas. Cada queda, cada tropeço, cada decepção e cada vitória servem para formar um profissional (e um ser humano) mais completo, mais íntegro e mais preparado. Hoje ancoro meu programa diário (ao vivo) na Fusion – novo canal da ABC em rede aberta – sou correspondente de alguns dos maiores programas de TV americanos (Good Morning America e Nightline, por exemplo), faço minhas matérias para o Manhattan Connection, co-apresento a bancada do Manhattan, tenho meu site que atualizo diariamente com dicas – não só de NY mas das mais diversas áreas – (www.pedroandradetv.com) , e não tenho muito tempo para mais nada, mas, amo o que faço e tenho privilégio de ir trabalhar com um sorriso no rosto. Esta sensação não tem preço.
 
 
Desde o final do ano passado você mora em Miami por conta do programa que você apresenta na Fusion. Como está sendo pra você, agora como morador e não só turista, conhecer a cidade?
 
Pertenço a NY. Sou absolutamente apaixonado pela cidade, mas, quando a ABC me abordou com este convite irrecusável, não tive como ponderar nada; sabia que era uma oportunidade única. Sempre curti visitar Miami, mas nunca pensei que fosse ver tantos encantos nesse lugar. Adoro minha rotina e viver no eixo NY-Miami-Rio-SP é, ao meu ver, a situação perfeita. Amo quando vou ao Brasil trabalhar e curto cada peculiaridade de cada um desses locais. Com a maturidade descobri que não é necessário escolher isto ou aquilo… Nada melhor que degustar um pouco de tudo.
 
 

Comentários

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  • 15.03.2014 20:29 Roberta Resende

    Ler tudo isso só me fez ficar mais ansiosa em visitar novamente a Big Apple! Pedro Andrade, você está de parabéns!!! Acompanho seu site, seu aplicativo e o M.C. semanalmente e não há guia melhor para NY do que você! Seu talento é admirável! Continue assim!

  • 14.03.2014 10:17 Matheus Teodoro

    Esse é um cara sortudo! É um excelente jornalista e ótimo apresentador. É um merecedor de tudo o que está vivendo, parabéns!

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