Cantora Maria Gadú aderiu ao movimento
(Foto: @mariagadu)
Chef Alberto Landgraf aceitou desafio e colocou mãos à obra
(Foto: @albertolandgraf)
A jornalista Ana Paula Padrão deixou seu recado depois de aceitar desafio do chef Alberto Landgraf
(Foto: @anapaulapadraooficial)
Blogueira Michelle Franzoli mostra sua letra cursiva
(Foto: @blogdasmimis)
Ação do Ministério do Turismo com a tag reuniu várias mensagens
(Foto: @mturismo)
Movimento chegou a Goiânia: jornalista esportivo Vinicius Tondolo exibe sua letra
(Foto: @vltondolo)
Papel e caneta aqui deixaram saudades
(Foto: @logansilvafoto)
Teve gente que aproveitou o movimento para homenagear as mulheres no dia 8 de março
(Foto: @maateusfranca)
Outros colocaram o futebol em pauta para curtir o torcedor adversário
(@richardcsantana)
Também tiveram cartas dedicadas
(Foto: @selmanagano_cookies)
Por fim, o jornal A Redação quer saber como é a sua letra!
(Foto: A Redação)
Mônica Parreira
Goiânia - Raras são as histórias atuais de gente que troca cartas escritas a próprio punho. O abandono de velhas tradições é uma resposta ao acesso instantâneo a coisas e pessoas. Na última semana, um movimento tomou conta das redes sociais com um desafio simples e saudosista: como é a sua letra? Foi então que o manuscrito entrou em cena, ainda que por meio da máquina.

Tudo começou no dia 1º de março, quando a ilustradora e quadrinista Clara de Azevedo Gomes, de 34 anos, fez um comentário sobre a letra de sua amiga em uma lista de ingredientes escrita à mão (imagem ao lado).
Depois, ela publicou uma imagem manuscrita para refletir que as pessoas não conhecem mais a letra cursiva umas das outras.
"Alguns amigos logo me mandaram suas letras, mas achei que não passaria disso. Curiosamente, a coisa cresceu e já tem mais de 100 mil menções no Google", disse Clara ao jornal A Redação.
A ilustradora conta que está surpresa e contente com o fato de um comentário simples ter virado meme. A tag #aletradaspessoas foi acrescentada por terceiros e logo tomou as redes sociais. Para clara, a repercussão foi provocada por motivos simples. "É a junção de vários fatores, como a simplicidade da brincadeira, a facilidade de participação de todos, a exposição da identidade", justifica.

Autora do 'Bichinhos de Jardim', histórias em quadrinhos que começaram no papel, mas já dominam o mundo virtual, Clara também classifica o movimento saudosista como retomada de afeto, lembrança do fator nostálgico da escrita à mão
versus a frieza da máquina.
"Não acredito que exista atualmente um freio para a revolução tecnológica. A comodidade da comunicação digital nos ajuda muito. Mas lembrar de escrever à mão pode reavivar um pouco o afeto", explica.
Marketing
A brincadeira da tag se tornou tão popular que já foi adotada para gerar publicidade. Durante a semana, o Ministério do Turismo associou o uso de #aletradaspessoas para consultar os viajantes sobre os melhores destinos brasileiros. A ação contou com centenas de participações. Quem também adotou o uso da corrente foi a Rede Globo, através de atores.
Atores participam do movimento (Foto: reprodução/Instagram)
Mas o que mais chamou a atenção de Clara foi um fato curioso que ocorreu em um pedido delivery. "Uma pessoa que recebeu uma pizza em casa com um bilhete escrito à mão, agradecendo a preferência do cliente e usando a tag #aletradaspessoas. Acho que foi um bom uso da marca", elogia ao classificar as ações como manifestação do poder da cultura digital.
A onda, por enquanto, ainda é moda. Clara não pretende usar o movimento, classificado por ela como "naturalmente efêmero", diretamente no seu trabalho de criação, mas com certeza servirá de inspiração. "Eu estou soterrada de imagens de letras! Achei incrível, eu adoro esses fenômenos de comunicação virtual, fiquei feliz de começar um movimento tão simpático", conclui.