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Resenha - As Aventuras de Tintin

Filme de Spielberg escapa dos clichês das adaptações

Sequência será dirigida por Peter Jackson | 14.01.12 - 12:53 Filme de Spielberg escapa dos clichês das adaptações O jornalista belga Tintin e os policiais desastrados Dupond e Dupont (Foto: divulgação)
Raisa Ramos

Existe uma tendência pasteurizada nos filmes que surgem de livros/HQs/desenhos de televisão. Geralmente adaptações insossas, os roteiros tornam-se corridos, confusos e quase sempre fazem uso do melodrama moralista para emocionar os espectadores. Até mesmo o longa-metragem do genial Os Simpsons, em um certo momento, cai nesse modelo - quando Bart e Homer percebem que se amam, apesar das constantes brigas, e fazem juras de fidelidade eterna. Poucos conseguem fugir desse clichê barato, e "As Aventuras de Tintin", que estreia em todo o Brasil na próxima semana, é um deles. Com a renomada dobradinha Steven Spielberg e Peter Jackson, na direção e produção, respectivamente, a obra mantém o suspense do começo ao fim, segurando a atenção do público com mistérios envolvendo réplicas de um antigo navio que naufragou no passado, levando uma carga desconhecida para o fundo do mar.
 
Assassinatos, sequestros, assaltos e invasões piratas fazem de Tintin um desenho animado para adultos. Quer dizer, "desenho", assim entre aspas mesmo, já que a produção foi realizada com a técnica digital em que atores reais vestem uma roupa coberta de sensores, que captam os movimentos e os reproduzem aos personagens construídos por computador. O resultado são imagens gráficas que se aproximam da realidade. Quem interpreta o protagonista da ação é Jamie Bell, conhecido pelo filme Billy Elliot, pelo qual ganhou o prêmio BAFTA de melhor ator em 2000.
 
Dos quadrinhos às telonas
A primeira vez que o público conheceu Tintin, o jovem jornalista belga que ajuda os desatentos policiais da Interpol, Dupond e Dupont, a desvendar mistérios e crimes, foi em 1929, quando uma tirinha do personagem foi publicada no Le Petit Vingtième, um suplemento do jornal infantil Le Vingtième Siècle. Criado por Georges Prosper Remi, mais conhecido como Hergé, Tintin foi crescendo e cativando o público. Bastou alguns anos para que o herói ganhasse uma revista própria, desenho animado para televisão, versões para o teatro e até mesmo para o cinema entre as décadas de 60 e 70.
 
Novo trabalho
Anos depois, Spielberg resolveu fazer sua própria versão para o cinema, do rapaz que conquistou pessoas de diferentes gerações. "As Aventuras de Tintin", baseada nos livros "O Caranguejo das Pinças de Ouro", "O Segredo do Licorne" e "O Tesouro de Rackham, o Terrível", terá três partes. A primeira, essa que estreia na próxima semana, teve direção do pai de Jurassic Park, E.T. e Indiana Jones. A próxima sequência será comandada por Peter Jackson, que assina a produção deste lançamento e é conhecido principalmente pela trilogia de "O Senhor dos Anéis". A terceira e última parte, contudo, ainda não tem um diretor confirmado, mas se especula que será James Cameron, responsável pelo sucesso de "Avatar".
 
Sempre acompanhado de seu cãozinho esperto Milu, o lançamento também traz outros personagens conhecidos, como o beberrão Capitão Haddock e os gêmeos Dupond e Dupont. Só com versões em 3D - infelizmente, porque os efeitos da terceira dimesão nem são tão interessantes assim -, o filme é um bom concorrente para integrar as listas de melhores animações de 2012, apesar de ainda ser cedo para dizer. Ação, suspense e pitadas de humor fazem de "As Aventuras de Tintin" uma produção imperdível, até mesmo para as gerações mais novas, que ainda não conhecem o herói. Aos fãs catedráticos de Tintin, Spielberg não decepcionou. 

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