Lucas Cássio
Cidade de Goiás - Não é só de cinema que vive o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA). O evento, que ocorre na Cidade de Goiás, antiga capital do Estado, está em sua 18ª edição e conta com diversas atividades, como debates, fóruns e oficinas. Este ano, várias etnias indígenas têm chamado atenção nos dias de festival, que termina no domingo (21/8). Na manhã deste sábado (20), cinco tribos diferentes se reuniram para discutir a educação escolar de seus povos e fizeram a alegria dos turistas com apresentações culturais nas ruas.
Maria Antunes, superintendente de ensino fundamental da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), destacou que criar escolas para a formação do povo indígena é essencial para o fortalecimento da cultura de cada etnia. “Estamos vivendo um momento muito legal. Nosso Estado tem avançado nessa questão da educação escolar indígena. Conseguimos trazer um entendimento maior para a própria secretaria e para a sociedade do quanto é importante criar as escolas indígenas, não na perspectiva das nossas escolas da cidade, mas na perspectiva dos povos indígenas”, destacou.
Em Goiás são três unidades de ensino voltadas para a formação escolar indígena. “É uma escola diferente, geralmente é bilíngue ou trilíngue. Não é uma escola como a nossa, que ensina português e inglês, é uma escola que ensina português e a língua materna.”, explicou Maria Antunes.
Participaram do encontro representantes das tribos Avá Canoeiros e Tapirapés, que vivem em Minaçu; os Tapuias, de Rubiataba; os Karajás, de Aruanã; e Xavantes, de Aragarças, na divisa com o Mato Grosso.
Antes do início do debate, cada tribo realizou uma apresentação cultural e fez pinturas corporais nas pessoas presentes no encontro. Após o evento, foi realizada uma caminhada cultural em defesa do bioma. A discussão foi organizada pela Seduce e também discutiu a forma como cada tribo consegue viver com o artesanato desenvolvido com peças do Cerrado.