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'O Amor, a Morte e as Paixões'

'J. Edgar' mostra lado inseguro e homossexual do investigador

Filme de Clint Eastwood está em cartaz | 30.01.12 - 12:08 'J. Edgar' mostra lado inseguro e homossexual do investigador Leonardo DiCaprio fez bela atuação na obra de Clint Eastwood (Foto: divulgação)
Raisa Ramos

O nome "J. Edgar Hoover" não é desconhecido. O ex-chefão - e um dos fundadores - do imponente FBI, vira-e-mexe, aparece em diálogos de filmes de ação ou aventura até mesmo nos tempos atuais. Falecido no início da década de 1970, Edgar não foi esquecido pela humanidade. Ao contrário, é constantemente lembrado como o homem que implantou o sistema de registro de impressões digitais e transformou uma ineficiente organização na maior equipe policial do mundo. Perseverante e, algumas vezes, corrupto, J. Edgar é a figura central no mais novo filme de Clint Eastwood, batizado com o nome do ex-FBI. A obra está em cartaz na mostra "O Amor, a Morte e as Paixões", no Lumiére Bougainville.
 
Com sua incrível habilidade de "enganar" o espectador, Clint usa a vida profissional de Edgar apenas como fundo para se discutir um outro lado do investigador: o lado homossexual reprimido. Então, quem vai ao cinema achando que vai ver a história de um dos policiais mais famosos de todos os tempos, que esteve envolvido em casos grandes, como a perseguição a comunistas durante a Segunda Guerra Mundial, engana-se. O público verá um homem inseguro, apaixonado por seu assistente galã, Clyde Tolson (Armie Hammer), sufocado por uma mãe superprotetora, que, ao ouvir da boca do filho que não se interessa por mulheres, diz que prefere "ter um filho morto do que um filho boneca".
 
Interpretado muito bem por Leonardo DiCaprio, J. Edgar também aparece como medroso e mentiroso. Ao ver sua fama crescer cada vez mais, o investigador passa a vender suas histórias de apreensões e perseguições para HQs, onde ele sempre aparece como heroi. O policial, contudo, nunca sequer decretou uma prisão ou fez um disparo com sua pistola. Ele apenas mandava os outros fazerem e, no fim, saía com os méritos. Como por trás de todo homem sempre existe uma grande mulher, Edgar conta sempre com a eficiência de sua secretária Helen Gandy - interpretada por Naomi Watts - , que quase tornou-se sua esposa, mas preferiu o trabalho ao casamento. 
 
Poderoso apesar de tudo, Hoover sobreviveu a oito presidentes dos Estados Unidos, na maioria das vezes os chantageando para conseguir mais liberdade de ação e, sobretudo, verbas mais gordas para seu departamento investigativo. O último presidente a assumir a cadeira americana durante a vida de Edgar foi Richard Nixon, que queria convencer o policial a grampear telefones da imprensa estadunidense. O pedido indica o início de uma série de operações ilegais do presidente, que anos mais tarde resultaria no escândalo de Watergate.

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