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“Rumo ao Trabalho”

Cineasta goiano é indicado para prêmio em festival de Nova York

Confira a entrevista com Lucas Mendes | 12.04.17 - 14:38 Cineasta goiano é indicado para prêmio em festival de Nova York Lucas Mendes (Foto: Arquivo pessoal)
A Redação
 
Goiânia - O cineasta goiano Lucas Mendes, de 24 anos, foi indicado para o Harlem International Film Festival com seu primeiro longa, o “Rima ao Trabalho” (Verses at Work). O filme é um documentário/musical do rapper Mailk Work e foi todo ambientado em Nova York. Mesclando animação, videoclipe e rimas, o longa retrata os anos 90 e todo o cenário musical da época.  
 

(Foto: Divulgação) 
 
O festival ocorre em Nova York entre os dias 4 e 7 de maio.
 
Em 2016, o trabalho do goiano foi premiado em Los Angeles, no Festival LABRFF, na categoria Revelação Internacional. O filme, coproduzido pela produtora goiana Aploub Filmes em conjunto com a TNP filmes e Afinal Filmes, tem previsão de distribuição para o segundo semestre deste ano.
 
Confira a entrevista:
 
Como foi que você conheceu o Malik?
Lucas Mendes - O Malik me apareceu quando eu trabalhava em no teatro “Cabaret”, em Dumbo, no Brooklin. Em um dos dias, vários artistas participavam das apresentações, dançarinos, atores, músicos e apenas uma pessoa escolheu declamar poesias. Quando o ouvi, com aquela voz falando “Chip Away”, eu surtei. Depois da apresentação fomos bater um papo e eu descobri que ele havia escrito um monólogo, que se chama “Work in Progress”, e apresentado em Nova York anos antes. Ele me deu a peça para ler e eu surtei de novo. Liguei para Magnólia Felix, que é uma produtora de Goiânia, para ver se ela topava ajudar a produzir o filme e quando ela aceitou, adaptei o texto para cinema.
 
O que te fez contar a história do Malik?
Lucas Mendes - O fato dela ser real e conflitante. Quando li “Work in Progress”, estava buscando histórias que pudessem ser adaptadas para o cinema. Mas até então eu não tinha encontrado nada que gostasse de verdade. Me lembro que minha maior decepção com os textos que li, foi que nada era real, tudo parecia uma visão higienizada de algo e com conflitos muito forçados. E queria algo mais humano e a peça de Malik, tinha isso de sobra.
 
Como foi todo esse processo, do roteiro à produção do filme?
Lucas Mendes - A peça do Malik era um monólogo e achei necessário acrescentar outros personagens, para separar as histórias e poder criar um ritmo cinematográfico. As filmagens duraram três meses e para conseguir alguns efeitos de luz, filmamos a temperaturas muito baixas, como -15 C. Foi um filme feito com muito tempo, em que tudo foi muito pensado e onde pude experimentar diversas ideias que já havia de alguma maneira feito em meus curtas. Considero “Verses” uma realização pessoal.
 

Gravação do longa (Foto: Arquivo pessoal) 
 
Como aconteceu seu contato com o Hip Hop?
Lucas Mendes - Quando mais jovem, fui punk e os Punk’s sempre tocaram junto com os grupos de RAP ou frequentavam os mesmos DCE’s e outros locais de shows da época. Sempre estudei muito e tive muito interesse pela música negra, indo do samba, R&B, passando pelo jazz, blues. E vejo o Hip Hop e suas variáveis como a mais relevante expressão no segmento na contemporaneidade. 
 
Quanto às músicas do filme, você teve alguma participação?
Lucas Mendes - As músicas que estão contidas no filme são todas obras do Malik. Posso dizer que foi um grande desafio uni-las ao filme sem interromper a narrativa. Queria que essa transição fosse fluida, para não acontecer o que vemos na maioria dos musicais, onde a música entra de maneira quase abrupta na cena. 
 
O filme se passa em Nova York, mas o que a gente vê da cidade foge aos padrões de locações na maioria dos filmes americanos rodados na cidade. Como foi feita essa escolha?
Lucas Mendes - Nova York é um lugar lindo. Estava vivendo lá na época, comecei a conhecer pessoas no meio do cinema, teatro e quando me dei conta estava filmando. Nós tivemos muito cuidado ao escolher as locações na cidade, para que não fossem os locais comuns utilizados na maioria dos filmes e, principalmente, porque a ideia era destacar a cidade no filme não apenas como uma localidade, mas praticamente como uma personagem. Isso envolveu muita pesquisa da nossa Diretora de Arte, a Al Malonga. Uma artista francesa incrível, que trabalha em Nova York unindo moda e rua. Então, muito disso se deve ao seu olhar apurado. Acredito que o resultado ficou muito interessante, porque além dos cenários conversarem muito bem com cada cena, o filme busca mostrar uma Nova York diferente.
 
Verses tinha acabado de sair e você conquistou o primeiro prêmio. Como foi isso?
Lucas Mendes - Fiquei muito feliz e, ao mesmo tempo, surpreso. Acho que foi ótimo, porque aumentou a curiosidade das pessoas em verem o filme!
 
Quais são os projetos para o futuro?
Lucas Mendes - O Verses agora está sendo preparado para ser distribuído no Brasil no segundo semestre. Ainda existem alguns festivais os quais queremos aplicar o filme. E ainda, nesse início do ano, ele fez o caminho inverso, voltou a ser uma peça teatral que foi apresentada em Nova York, e teve muito sucesso. Por conta disso, há também a possibilidade de a peça viajar algumas outras cidades dos Estados Unidos.

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