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Segundo Gianetti, existe uma combinação de fatores que deve sustentar o crescimento da construção civil nos próximos anos. O principal, de acordo com o economista, é a expansão do crédito imobiliário, que representa apenas 5% do PIB nacional, enquanto em países como o Chile, que tem um mercado imobiliário mais desenvolvido, esse nível atinge 18%. "Com a forte demanda por imóveis e os baixos níveis de inadimplência, ainda há muito espaço para o crédito crescer", observou.
Ele também destacou a necessidade de facilitar o acesso ao crédito para a baixa renda. "O excesso de exigências para comprovação de renda exclui muitos brasileiros desse mercado. Isso deve ser facilitado." Gianetti acrescentou que o ciclo de redução das taxas de juros também vai ajudar a desenvolver o funding do crédito imobiliário, atraindo investidores para os fundos imobiliários.
Bolha
Gianetti descartou a existência de uma bolha no preço dos imóveis. "A valorização que temos visto nos últimos anos não é artificial, não é resultante de uma procura de compradores com o objetivo de especular. Nós temos fundamentos sólidos", disse, lembrando que houve melhora nas condições de emprego e renda da população, permitindo a muitas pessoas a compra da casa própria.
Mesmo com o cenário favorável para o crescimento do setor da construção, o economista ponderou que é necessário mais planejamento para o setor. "É melhor termos um crescimento mais lento e moderado do que ciclos de euforia, com grande volatilidade", afirmou. Ele se referia aos problemas operacionais enfrentados pelas incorporadoras nos últimos anos, como a disparada nos preços de insumos e mão de obra somada à dificuldade de contratação e execução de muitas obras ao mesmo tempo. "As empresas deram um passo maior que as pernas e isso derrubou seu valor na Bolsa. Elas não podem se deixar levar pelos momentos de euforia da economia."
Gianetti defendeu que, para superar esses entraves, o segmento deve direcionar investimentos de longo prazo para melhorar a produtividade nos canteiros, por meio da formação de capital humano e inovação dos processos construtivos. "São investimentos de maturação lenta, mas vão servir para preparar o setor para o crescimento dos próximos anos". (Agência Estado)