Mônica Parreira
Goiânia - A alta dos juros deve desacelerar o mercado imobiliário no Brasil em 2014. Segundo o empresário do setor em Goiás, Leonardo Rizzo, este movimento já reflete no comportamento dos clientes, que estão mais cautelosos na hora de escolher o imóvel que vai comprar.
Na visão do empresário, a mudança é que o cliente está cada vez mas exigente, buscando informações detalhadas sobre o imóvel e a região em que ele está localizado. Para Rizzo, isso pode beneficiar o consumidor final.
Ele explica que a tendência dos últimos cinco anos era de comprar por impulso. Isso ocorria por conta da grande oferta e da facilidade de crédito. "Essa mudança de cultura se deve à escassez de recurso. Na medida em que os juros sobem, o mercado imobiliário desacelera, isso é clássico e vai acontecer em 2014", diz.
"As pessoas estão questionando mais, temos que estar preparados para responder todas as dúvidas, que serão muitas. Acho que é um mercado ideal, que a gente sempre sonhou em trabalhar, onde o comprador é o maior interessado em saber tudo ao invés de comprar por impulso", comenta o empresário.
Valorização
Inaugurado em outubro de 2013, o Passeio das Águas Shopping destacou a região Noroeste de Goiânia que, na visão de Rizzo, já era bastante privilegiada.
"Os shoppings sempre serão um segmento de lazer interessante. Quando as pessoas têm um shopping próximo à sua moradia, ele sempre é atração. A região ali já era muito valorizada, mas agora as imediações ganharão ainda mais destaque".
"Não é exagero dizer que talvez ali esteja o metro quadrado mais caro de Goiânia. A região tem vários pontos que permitem status de valorização a nível de Avenida 136, no Setor Marista", compara o empresário, justificando que o ponto de instalação do shopping se trata de local estratégico, uma vez que liga extremos da grande Goiânia.
Caso Lozandes
Outra região que está ganhando destaque é o Park Lozandes, onde fica o Paço Municipal. Trata-se de uma área da Prefeitura de Goiânia que tem destino incerto. Caso um projeto de lei proposto pelo prefeito Paulo Garcia (PT) seja aprovado, parte do espaço será loteado e vendido.
Leonardo Rizzo, que participou do processo de aprovação do projeto do Park Lozandes, lamenta a situação. "Quando foi aprovado o plano diretor que originou o Lozandes, isso há mais de 20 anos, cada centímetro do espaço tinha uma destino específico que foi desrespeitado ao longo dos anos. Aconteceu que várias áreas foram doadas, outras vendidas e também fizeram empreendimentos incompatíveis com a região", explica.
"O plano está todo desconfigurado há anos. Aquele espaço ao lado do Paço era um parque que as pessoas tinham acesso. Com o reloteamento onde foi criado o Alphaville, eles interceptaram esse processo. Fizeram aquele lago como uma coisa exclusiva do condomínio. Se você vê, tem uma mata que é desconectada com a outra. Então isso não tem sentido, enquanto no projeto original era só uma coisa", completa.
Segundo o empresário, a solução da polêmica seria voltar a seguir o que diz o projeto inicial. "Acho que essa área específica deveria ser destinada ao fim ao qual ela foi proposta na aprovação. Construir edifícios voltados aos funcionários do município, sem esquecer também de preservar a área verde que existe ali", sugere.