Mônica Parreira
Goiânia – A incerteza do cenário econômico e as mudanças políticas ocorridas no país não devem prejudicar as expectativas do mercado imobiliário para 2017. A opinião é do empresário Leonardo Rizzo, presidente da Rizzo Imobiliária. Há mais de 30 anos atuando no ramo, o especialista em imóveis concedeu uma entrevista ao jornal A Redação e avaliou as tendências para o ano que vem: “desafiador”.
Conforme observou o empresário, o impeachment de Dilma Rousseff e as novas propostas do atual governo tinham potencial para melhorar o clima econômico do país, mas isso ainda não aconteceu. “Acho que as medidas que estão sendo tomadas hoje ainda são muito tímidas perto do que o Brasil realmente precisa para entrar no eixo do desenvolvimento mundial”, analisou.
Mesmo assim, afirma que a compra e venda de imóveis continuam acontecendo. “Esse compasso de insegurança não está paralisando por completo o mercado imobiliário. O imóvel ainda é e sempre será o melhor investimento quando se tem dúvida”, disse. “Se você prioriza o imóvel, acaba superando essas crises mantendo o patrimônio. Desfazendo do mesmo, talvez muitos não tenham a oportunidade de reconquistá-lo”.
Financiamento
Para quem pretende comprar a casa própria em 2017, Rizzo indica que o quadro é favorável. “A posição dos bancos está clara, eles farão o possível para continuar os mecanismos de financiamento. Será um ano em que as pessoas terão mais possibilidades. A Caixa, por exemplo, diminuiu os juros, aumentou os prazos. A tendência é essa”, disse.
O empresário acredita que a maior dificuldade será enfrentada pelos próprios bancos, que vão precisar reconquistar a confiança dos clientes. “As pessoas não estão muito interessadas em fazer dívidas. Falta confiança. Como eu disse, é momento de incerteza”, completou.
Efeito Trump
Sobre o cenário internacional, como a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, Rizzo resumiu não acreditar em nenhuma mudança impactante que tenha reflexo no Brasil. “Creio que os norte-americanos não vão sair muito daquilo que já praticam".
O empresário destacou que, com a eleição de Trump, a economia norte-americana deu sinal de aquecimento e o dólar operou em alta. Mas a manutenção do quadro vai depender das ações do futuro presidente. "A maioria das coisas que o Trump prometeu são impraticáveis e não devem causar tanto impacto aqui”, finalizou.