A Redação
Goiânia - Uma consulta realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta segunda-feira (30/3) mostra que a demanda por produtos e serviços caiu para 79% das empresas brasileiras. Mais da metade das empresas afetadas relatam queda intensa. Apenas 5% registram aumento de demanda, e outros 2% registram aumento intenso.
A pesquisa foi feita entre os dias 26 e 27 de março, com 734 empresas de pequeno, médio e grande porte. O coronavírus é apontado como um dos três principais motivos para a queda do faturamento, escolhido por 70% das empresas industriais consultadas. Em segundo lugar, está o cancelamento de pedidos e encomendas, com 49%; seguido por queda na produção, com 33%; e paralisação da produção, com 30%.
“O governo brasileiro precisa intensificar as ações de combate à Covid-19 e de ajuda à população e às empresas. O uso de recursos públicos deve ser direcionado ao fortalecimento do sistema de saúde e ao alívio da situação financeira das empresas, com a finalidade de preservar os empregos”, recomenda o relatório da CNI.
A pesquisa perguntou, também, como a produção das empresas está sendo impactada pela pandemia da covid-19. Ao todo, 23% das empresas apontam que a produção está parada por tempo determinado; 18% por tempo indeterminado; 19% relataram queda intensa na produção; 21% relataram queda; 15% estabilidade; 4% aumento; e 1% aumento intenso.
A crise causada pela pandemia obrigou as empresas a tomar uma série de medidas com relação aos seus empregados. Há medidas com o objetivo de evitar a disseminação da doença e outras em resposta às quedas de demanda e produção.
A adoção de trabalho domiciliar (home office) é a medida mais utilizada: 58% das empresas consultadas adotaram a medida. Outra medida relativa à segurança de saúde ao trabalhador é o afastamento de empregados com sintomas, medida que foi tomada por 46% das empresas consultadas.
A concessão de férias a parte dos trabalhadores foi adotada por 47% das empresas. Outras medidas são o uso de banco de horas (35%), que permite o trabalhador se ausentar nesse momento e compensar o tempo não trabalhado mais tarde.
A dispensa/demissão do trabalhador foi adotada por 15% das empresas consultadas e que 13% reduziram a jornada de trabalho.
Questionadas sobre sua disponibilidade financeira para lidar com pagamentos de rotina (tributos, fornecedores, salários, energia elétrica e aluguel), 42% das empresas dizem enfrentar uma situação muito difícil. Um percentual de 31% relata uma situação difícil; 24%, nem fácil nem difícil; 2%, fácil; e 1%, muito fácil.
Em relação ao capital de giro, 39% das empresas dizem que não buscaram o recurso. Considerando apenas as que quiseram capital de giro, para 45%, está muito mais difícil conseguir essas linhas de financiamento; uma parcela de 33% disse que está mais difícil; para 20%, esse cenário segue inalterado; e, para 2%, está mais fácil.