A Redação
Goiânia - A pandemia causada pelo coronavírus afetou os negócios. Com as medidas de isolamento, donos de pequenas empresas foram os que mais sofreram com a queda nas vendas. Há ainda aqueles que tiveram de enfrentar a falta de pagamentos dos consumidores por produtos adquiridos e serviços prestados.
De acordo com dados divulgados pelo Serasa Experian, hoje existem cerca de 5,45 milhões de MPEs inadimplentes. Em maio, após quatro altas consecutivas, o indicador recuou 0,4%. Por outro ângulo, do lado das pessoas físicas representadas pelas famílias brasileiras, o percentual de endividados chegou a 67,1% em junho segundo a Pesquisa de Endividamento Nacional do Comércio (CNC).
Para Caio Katayama, sócio fundador da Ótris Soluções Financeiras, o dono de uma empresa que tem um dinheiro a receber precisa primeiro identificar o perfil de quem é o seu verdadeiro cliente. “O inadimplente é aquele que sempre pagou em dia, mas por algum problema financeiro deixou de honrar com aquele compromisso. Mas existem três perfis que não são e é preciso ter cuidado para não quebrar o seu negócio”, comenta.
Segundo o especialista em finanças, existem quatro perfis de consumidores. O primeiro deles é o que de fato é seu cliente, que gosta do seu produto ou serviço, não reclama e não quer perdão da dívida, mas sim condições para pagar.
O segundo é aquele que gasta mais do que tem (descontrolado). De acordo com Caio, para que este pague o valor devido é preciso algum esforço por parte do credor. “Em terceiro e quarto, existem o consumidor que simplesmente não quer pagar e aquele que age de má fé. Em alguns casos, ele chega a utilizar documentos falsos para fazer uma compra”, explica.
Para efetuar a cobrança, Caio sugere que seja feito um movimento interno inicial de acordo com o perfil. “Faça um contato amigável e ofereça condições para que este cliente possa quitar os débitos em atraso. Se isso não funcionar, pense em buscar ajuda”.
Neste caso, ele recomenda que o empresário busque uma empresa especializada em recuperação de crédito, sobretudo, em casos mais graves. “Lembre-se de que cada consumidor reage de uma forma quando é cobrado. Plataformas de Call Centers são especializadas para cobrar empréstimos bancários, e por isso não conseguem atender pequenas empresas do comércio e serviços.
Além disso, existem muitos consumidores que somente entrarão em acordo quando o pequeno empresário encaminhar este débito para uma assessoria qualificada, pois já existe um índice de recuperação natural”, revela.