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Cinturão da Moda vai fortalecer confecções | 22.02.22 - 11:24
(Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)Augusto Diniz
Goiânia - "Queremos ajudar os empresários e transformar a realidade do setor de confecções. Auxiliar os prefeitos na geração de emprego no interior, na venda da produção e transformar Goiânia, rapidamente, no maior polo de moda do Brasil." É assim que o secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços (SIC), Joel Sant'Anna Braga, define o conceito do Cinturão da Moda, lançado no dia 9 de fevereiro. Trata-se de um programa que tem o objetivo de fortalecer as cadeias produtiva e de venda das regiões da Rua 44 e da Avenida Bernardo Sayão, ao mesmo tempo em que capta mão de obra no interior do Estado.
Em entrevista ao jornal A Redação, Joel Sant'Anna reconhece que o projeto do Cinturão da Moda é "audacioso". "Tenho certeza de que o setor de confecções, que já gera 300 mil empregos só em Goiânia, tem capacidade de atingir a meta de abrir 100 mil vagas de trabalho em 30 municípios nos próximos 24 meses", projeta.
De acordo com o titular da SIC, o início do trabalho é de capacitação da mão de obra, com a facção dos produtos da Região da 44 em cidades goianas de até 150 a 200 quilômetros de distância da capital, com capacidade de não aumentar o custo na fabricação das roupas.
"Se você pegar só a 44, são 140 mil a 150 mil pessoas que trabalham diretamente na região. Atrás dela estão mais 160 mil empregos." Joel Sant'Anna lembra que em cada loja, com cerca de 2 por 2 metros quadrados de espaço físico, funciona um negócio no atacado.
"O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) esteve lá na semana passada e perguntou para cada comerciante a quantidade de empregados por loja. Ao ouvir que cada loja contava com cerca de 20 funcionários, o governador questionou como isso era possível. 'Nós temos mais empregados na Vila Nova, no Jardim Novo Mundo, em Bonfinópolis e outras cidades', respondeu uma das comerciantes", contou.
"Se você pegar só a 44, são 140 mil a 150 mil pessoas que trabalham diretamente
na região. Atrás dela estão mais 160 mil empregos", descreve
secretário Joel Sant'Anna Braga (Foto: Reprodução)
Cinturão da Moda
A SIC, em parceria com outras secretarias estaduais e o Sebrae Goiás, vai abrir um escritório na 44. "Todos que quiserem e puderem participar desse projeto serão bem-vindos. Devemos começar a atuar na região em no máximo 30 dias. A loja está em fase de reforma para adequação das instalações."
De acordo com Joel Sant'Anna, o escritório do governo, por meio da SIC e outras pastas, funcionará de segunda a sábado, das 8 às 18 horas, para atender os empresários e visitantes da 44. "O Sebrae vai funcionar junto com a Secretaria de Indústria e Comércio dando oportunidade de formatar junto com os pequenos empresários que estão na região, mas não têm a oportunidade de fazer um planejamento de negócios, o planejamento tributário", descreve o secretário.
O titular da SIC lembra que o faturamento de algumas lojas na 44 chega a R$ 400 mil por mês, negócios que cresceram e hoje contam com 20 funcionários. "Vamos atuar para fortalecer as prefeituras que estão abraçando o projeto, com qualificação de mão de obra, formalização dos negócios, adequação do modelo de empresa, oferecer gestão jurídica. A Secretaria da Economia funcionará também no escritório."
Estrutura
A estrutura da SIC na Região da 44 contará com um espaço de 100 metros quadrados e parcerias firmadas com a Goiás Fomento, as Secretarias de Estado da Economia, do Desenvolvimento Social, Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e outras pastas do Governo de Goiás.
"A Goiás Turismo realizará pesquisas com os compradores que vêm de ônibus para Goiânia. Chegam na região de 50 a 60 ônibus por dia a partir de terça-feira. É um turismo que precisamos aproveitar para aumentar o fomento. Que essas pessoas não venham só para comprar, mas também fomentar o artesanato, o turismo de negócios", observa.
Segundo Joel Sant'Anna, o espaço também funcionará como uma espécie de central de distribuição para os municípios parceiros do Cinturão da Moda. "Será uma porta de entrada para os prefeitos na região. Queremos que o caminhão das prefeituras tenha acesso para poder ser um ponto de apoio junto às confecções."
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) percebeu que os empresários da região
precisam da mão do governo, afirmou o titular da SIC (Foto: Divulgação/Secom Goiás)
Além da 44
A ideia da SIC é fortalecer não só a Região da 44, mas também os empresários da Avenida Bernardo Sayão. "Quando a pandemia forçou as lojas a fecharem por quatro meses, depois mais cinco de forma intermitente, 40% da mão de obra da moda precisou migrar de ramo para sobreviver. Muitos funcionários foram demitidos e foram para outras atividades em busca de sustento. Quando o comércio reabriu, o setor atingiu 90% das vendas. Mas 40% da mão de obra não voltou", afirma.
Joel Sant'Anna diz que a situação levou as empresas a comprarem mercadoria de outros Estados, o que faz com que Goiás perca divisas. E o impacto foi sentido no setor de tecelagem do Setor Campinas, em Goiânia, com a queda nas vendas de tecidos para o ramo das confecções. "Esses empresários menores, que compram dos atacadistas em Campinas, diminuíram as compras. Com isso, caiu também o faturamento."
Segundo o titular da SIC, o governador percebeu que os empresários da região precisam da mão do governo. "E nós estamos indo para perto do comerciante, junto com a 44 e a Bernardo Sayão", ressalta Joel Sant'Anna. Para o secretário, o fortalecimento do polo das confecções se faz importante porque é um setor que vende produto de qualidade. "Goiás faz moda, Goiás faz a diferença. Além de ajudar no aumento da exportação das grandes confecções, queremos ajudar o micro e o pequeno empresário, que é onde muitos empregos são gerados", pontua.