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Alta da inflação preocupa governo | 11.06.22 - 11:11
(FOTO: GERALDO BUBNIAK/AEN)São Paulo - Um dia depois de pedido feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), para que os supermercadistas segurem os preços até o ano que vem, o vice-presidente institucional da entidade, Marcio Milan, negou que o setor esteja apoiando congelamento de preços. Durante o evento, o presidente da Abras, João Galassi, chegou a lançar um desafio para os associados de "nova tabela só em 2023".
"O que estamos pedindo aos supermercadistas é que analisem com maior profundidade os aumentos de preços que estão recebendo, que façam uma negociação à exaustão (com fornecedores)", afirmou Milan ao Estadão. Segundo o executivo, a entidade não está falando de congelamento "de jeito nenhum". De Los Angeles, nos EUA, para onde viajou em razão da Cúpula das Américas, o presidente Jair Bolsonaro também fez uma incursão no evento do setor supermercadista e pediu aos empresários que reduzam lucros para que os preços dos itens da cesta básica possam cair.
A alta da inflação é um dos focos de preocupação da campanha de Bolsonaro à reeleição. Em relação a esse ponto, Milan disse que a entidade não está propondo aos associados redução de margens. "Estamos propondo que todos vejam o que é possível fazer, com mais promoções, comprando um volume maior junto à indústria com desconto maior", explicou. Segundo ele, a cadeia de abastecimento é complexa para que sejam firmados compromissos de redução de margem e congelamento de preço.
Cesta
Diante do momento de "anormalidade" no comportamento de preços, porém, o executivo disse que o setor considera necessário que a cadeia de abastecimento tome medidas para tentar reduzir a inflação. A pedido do governo, conversas, anteriores ao evento de quinta-feira, tinham sido iniciadas para propor saídas, a fim de reduzir pressões de preços.
As duas propostas encaminhadas pelos supermercadistas foram a redução total dos impostos sobre a cesta básica e a desoneração sobre a folha de pagamento das empresas. O corte de imposto tem aprovação do governo, mas precisa passar pelo Congresso. "Parece que na segunda-feira teremos novidade sobre isso", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Agência Estado)