A Redação
Goiânia - O setor produtivo goiano teme o aumento de carga tributária, caso o texto da reforma seja aprovado também no Senado. O Grupo Técnico de Trabalho composto pelo Governo de Goiás e representantes empresarais se reuniram, nesta quinta-feira (27/7), na sede do Sistema OCB-GO em Goiânia, para debater os impactos que a nova medida fiscal pode provocar em Goiás e em todo País.
Durante o debate, os representantes do setor produtivo destacaram poderá haver "um grande aumento de carga tributária, uma vez que não foram apresentados os estudos que levaram o governo a prever e a divulgar, em defesa de sua proposta, que a alíquota será realmente de 25%".
Do encontro, foram retiradas as sugestões, ainda em fase de formatação, que serão entregues ao governador Ronaldo Caiado e aos senadores de Goiás. As propostas e estudos apresentados servirão para subsidiar o Poder Executivo estadual e o Fórum das Entidades Empresariais de Goiás, para que atuem com o objetivo de salvaguardar os interesses de Goiás e de outros Estados que podem ser prejudicados pelo atual projeto de reforma tributária, caso não sejam feitas as devidas adequações no Congresso Nacional.
Impactos negativos
Os efeitos negativos que o atual texto da reforma tributária causaria para a economia goiana e nacional foram evidenciados pela secretária estadual de Economia, Selene Peres Nunes, em um amplo e detalhado estudo. "Com a transição para o princípio do destino, há uma tendência de reconcentração industrial nos Estados mais populosos, que têm os maiores mercados consumidores, a exemplo de São Paulo. O que fazemos hoje é conceder incentivos fiscais para tentar equilibrar a balança e atrair empresas, para que tenhamos uma política de desenvolvimento regional. Mas, com a reforma, esses incentivos fiscais acabariam", disse.
Selene Peres enfatizou que o governo federal não faz política de desenvolvimento regional e que a conjugação desses dois aspectos presentes no texto da reforma tributária será nociva para Goiás. Segundo a secretária, não haveria qualquer mecanismo para atrair as empresas para o Estado. "Além disso, há muito risco para a economia nacional, pois nossa arrecadação depende da geração de renda e emprego. Não só há a tendência de evasão de empresas do Estado, mas também de que as empresas prejudicadas fechem as portas", enfatizou.
O Grupo Técnico de Trabalho informou que, na próxima reunião, serão debatidas propostas de mudanças no texto da reforma tributária visando evitar os impactos negativos para Estados e contribuintes. O encontro contou com representantes do Fórum Empresarial, Conselho Regional de Contabilidade (CRC), OAB-GO, Instituto Mauro Borges, além da secretária de Economia, Selene Peres Nunes, e da secretária-adjunta, Renata Lacerda Noleto.