Antes da demissão, ele trabalhava como caminhoneiro. Acostumado a viajar pelas rodovias brasileiras, o caminho até a abertura da WF Assistência Técnica em Máquinas não foi fácil. Primeiro, veio a insegurança de arriscar um cenário que não conhecia e, por mais que já tivesse pensado em empreender, agora estava frente a frente ao que poderia ou não dar certo. Mesmo diante dos possíveis desafios, escolheu voltar para a sala de aula e aprender uma nova profissão. Entre um bico e outro, alternava os horários das aulas do curso técnico de máquina de costura no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Goiânia.
Com um propósito, conseguiu estágio em uma loja na região de Campinas, em Goiânia. À medida que conquistava experiência, amadureceu a ideia de abrir o próprio negócio. No entanto, o conselho de um amigo foi o que precisava para encorajá-lo e lá estava ele: registrado como Microempreendedor Individual (MEI). Os anos se passaram, hoje é uma das referências em manutenção de máquinas de costuras manuais e elétricas na Grande Goiânia.
Woton Machado em confecção onde presta serviços em Goiânia
(Foto: arquivo pessoal)
"O empreendedorismo transformou a minha vida no momento em que mais precisei. Hoje, tenho estabilidade financeira, posso fazer meus horários e ter meus finais de semana quando preciso. É um trabalho árduo, não adianta pensar que será um caminho fácil, porque cada dia é um degrau a subir. Posso dizer que não me vejo mais em outra área e minha expectativa é crescer cada vez mais o meu negócio", destaca em entrevista à reportagem do
A Redação.
A história de Woton é parecida com a de milhares de goianos e brasileiros. O sonho de mudar de vida e ter uma profissão estável, além das transformações de mercado, favorecem para que cada vez mais pessoas migrem de empresas privadas para a abertura de negócios próprios dos mais variados segmentos.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua/IBGE) mostram que, atualmente, Goiás possui mais de 987 mil empreendedores. Desde 2020, ano da pandemia do novo Coronavírus, o número de pessoas donas do próprio negócio cresceu 15%, tendo apresentado variações ao longo dos últimos 4 anos. No mesmo período, o Brasil registrou uma curva de crescimento na casa dos 13%.
(A Redação)

Analista do Sebrae Goiás, Bruno Lyra destaca que há observância de um número crescente de pessoas buscando empreender, seja por necessidade, como no caso de Woton, seja por oportunidade - identificando nichos e soluções inovadores.
"No Sebrae, acompanhamos esse movimento por meio do aumento na procura por capacitação, consultorias e formalizações, principalmente entre os MEIs. Este cenário demonstra uma mudança cultural, onde empreender está se tornando uma alternativa cada vez mais natural", detalha Lyra, em entrevista à reportagem do
A Redação.
Muito se fala em empreendedorismo, mas dúvidas ainda podem surgir quando se trata do assunto. Empreender inclui abrir negócios e gerar empregos, no entanto, vai além disso. Impulsiona o crescimento econômico, contribuindo para a transformação social, principalmente de negócios locais, também é agente de inovação e melhoria da qualidade de vida para as pessoas.
Empreender também é saber identificar oportunidades e transformá-las em negócios. Isso pode se dar, por exemplo, a partir de uma solução criada para sanar alguma necessidade dos consumidores, que pode ser um produto ou serviço, com base em um conhecimento ou habilidade específica - como no caso do Woton, que encontrou no desemprego uma oportunidade e, com base na capacitação que fez, identificou um nicho necessário para o mercado.
Além disso, o empreendedorismo envolve a habilidade de gerenciar recursos, tomar decisões estratégicas e adaptar-se às mudanças no mercado. É um processo dinâmico que requer dedicação, perseverança e a capacidade de aprender com os desafios.
O Sebrae é um grande aliado para quem quer empreender e para quem já é empreendedor. A Instituição oferece uma ampla gama de produtos e serviços para os dois perfis. O analista Bruno Lyra destaca o Empretec, principal programa de formação de empreendedores do mundo, um seminário intensivo criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), promovido em 40 países e exclusivo do Sebrae no Brasil.
O seminário é voltado para ajudar pessoas a descobrirem seu perfil empreendedor, suas habilidades e desenvolver suas capacidades em uma imersão de 6 dias cheia de desafios para despertar sua identidade empreendedora. São 60 horas de capacitação, com atividades práticas, cientificamente fundamentadas, que mostram como agem os empreendedores de sucesso e quais são os 10 comportamentos característicos desses perfis.
Bruno Lyra, analista do Sebrae Goiás
(Foto: arquivo pessoal)
"Também não podemos deixar de falar das capacitações presenciais e remotas, além das consultorias especializadas em áreas como gestão, diversas áreas como planejamento, marketing, finanças, entre outras áreas para ajudar o negócio a se desenvolver cada vez mais. Temos os atendimentos presenciais e remotos totalmente gratuitos
Lyra afirma que existem diversos fatores que impulsionam o desejo de empreender. Dados da pesquisa Global Entrepreneuship Monitor (GEM) de 2024 mostram que o interesse em empreender nos próximos três anos subiu entre aqueles que ainda não são empreendedores, passando de 48,7% em 2023 para 49,8% no ano passado.
A taxa de empreendedorismo aumentou 9% entre os estabelecimentos iniciais e 11% entre as empresas estabelecidas, quando comparados a 2023. Os maiores destaques são os empreendedores de 55 a 64 anos, em que houve um aumento de 77% no caso de empreendedores iniciais (de 2023 para 2024) e mulheres, com aumento de 26% no caso de empreendedores iniciais e 22% para empreendedores estabelecidos.
Outro dado relevante é que as 4 principais razões para iniciarem um negócio são, respectivamente, para fazer a diferença no mundo (74,6%), ganhar a vida porque os empregos são escassos (73,9%), para construir uma grande riqueza (69,3%) e, por fim, para continuar uma tradição familiar (35,4%).
Segundo a pesquisa GEM, com relação à motivação para começar um novo negócio, empreender “para ganhar a vida, pois os empregos são escassos” é a motivação mais intensamente sinalizada pelos empreendedores brasileiros iniciais de 55 a 64 anos: 92%. Já entre os mais jovens, “fazer a diferença no mundo” e “para construir uma grande riqueza ou renda muito alta” são as motivações mais destacadas.
(A Redação)
Entre os principais fatores que contribuem para a decisão de abrir um negócio destacam-se: a busca por independência financeira, o desejo de ser dono do próprio tempo, a insatisfação com o mercado formal de trabalho e a facilidade de acesso à informação e a ferramentas digitais, que tornam mais viável iniciar um negócio com baixo investimento. Além disso, o fortalecimento de ecossistemas de apoio, como os oferecidos pelo Sebrae, também tem papel fundamental ao oferecer capacitação, orientação e suporte na jornada empreendedora.
"Empreender é principalmente sobre acreditar em uma ideia transformada em realidade. É um caminho para quem quer ter autonomia, uma realização pessoal e gerar de fato um impacto social. Uma dos principais motivos para se empreender é por fazer uma diferença no mundo. Para muitos, é também uma forma de superar desafios, se reinventar e construir algo com de fato propósito"
(Bruno Lyra, analista do Sebrae-GO).
Ruan Muniz, de 31 anos, trabalhou 14 anos de carteira assinada em uma empresa de veículos. Jonathan Assis, de 30 anos, também estava registrado há 14 anos. No início deste ano, se tornaram sócios da RJ Assistência e Cuidados à Saúde, em Aparecida de Goiânia. O negócio é focado em assistência domiciliar, onde, junto com uma equipe multidisciplinar, analisam a possibilidade de retirar pacientes de ambientes hospitalares e levá-los para o conforto de suas casas. Desta forma, assumem todos os tratamentos em casa, oferecendo profissionais qualificados, medicamentos e equipamentos necessários para garantir o bem-estar do paciente.
Jonathan, desde a adolescência, sonhava em atuar na área da saúde, ele se dedicou aos estudos e buscou experiências que o aproximasse desse objetivo, acreditando que poderia fazer a diferença na vida das pessoas por meio do cuidado e da empatia. Sua paixão pela área o levou a se especializar em cuidados domiciliares, onde pode oferecer um atendimento humanizado e de qualidade.
Para que a ideia da empresa fosse retirada do papel e se tornasse realidade, foi preciso um planejamento estratégico de longo prazo. "Esse projeto era desafiador por tratar-se de vidas que precisam ser muito bem cuidadas. Cada paciente é único e é nossa responsabilidade proporcionar um atendimento que respeite sua individualidade e dignidade. Conseguimos transformá-la em realidade. Hoje, temos a satisfação de ver que nosso trabalho está dando resultados positivos e fazendo a diferença na vida das pessoas. Estamos comprometidos em oferecer um atendimento humanizado e de qualidade, sempre com o foco na saúde e no carinho que cada paciente merece", enfatiza o empreendedor em entrevista à reportagem do jornal
A Redação.
De camisa social azul ao canto esquerdo, o empresário Jonathan Assis;
de camisa social branca à direita,o empresário Ruan Muniz
(Foto: arquivo pessoal)
Para os dois sócios, a oportunidade de atuar como agentes de transformação e proporcionar, com ética, transparência e respeito, melhor qualidade de vida aos clientes são alguns dos motivos que incentivaram a escolha de empreender. "Para nós, o empreendedorismo é uma paixão pelo que fazemos, especialmente no ramo em que atuamos, que é cuidar de vidas. Estamos aqui para fazer a diferença, sempre com leveza e dedicação em cada atendimento", pontuam.
A expectativa dos sócios compactuam ao que significa empreendedorismo. Conforme o dicionário, significa a capacidade de projetar novos negócios ou de idealizar transformações inovadoras ou arriscadas em companhias ou empresas. Desse modo, o empreendedorismo é um dos caminhos viáveis para quem deseja construir seu próprio sucesso.
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